Desde que as ferramentas que compõem o conceito da quarta revolução industrial chegaram nas organizações muitas áreas passaram por uma revolução no modo de como tocar a rotina, um dos setores mais impactados com a transformação digital foi a manutenção.
Fundamental para o andamento dos processos, a manutenção sempre foi relacionada como algo conservador no sentido de evolução, apesar de estarem no meio de máquinas de última geração, os processos se mantinham gerando um alto custo e freando a aceleração da produção.
Uma das formas de reverter esse quadro é aplicar a gestão em manutenção preditiva, que consiste em uma administração próxima e conjunta, mesclando a inovação tecnológica com equipamentos e sensores. Proporcionando aumento de confiabilidade e eficiência de energia.
A Blueprintt convidou Jair Pavan Junior, Especialista de Vibração da Mayekawa para falar sobre IoT e Gestão de Manutenção no evento Imersão em Manutenção Industrial.
Diferente das outras palestras do dia, Jair trouxe o lado do prestador de serviço. A apresentação foi pautada pela melhor forma de atender as necessidades dos clientes e trazer benefícios de forma estratégica para a companhia.
“As principais dificuldades que a gente enxerga dos clientes da Mayekawa, são a complexidade na operação de um compressor ‘Mycom’, em tese, a operação de um compressor é algo simples, é fácil colocar um compressor para funcionar e produzir. Porém para tirar o máximo de efetividade e eficiência do equipamento é preciso talvez um nível de conhecimento tanto de compressor quanto do sistema um pouco elevado”, avalia Jair.
Diante da fala do Especialista é nítido perceber o desafio das empresas em se adaptarem à rapidez de como as inovações evoluem. A decisão por investir na alta tecnologia é complexa, não se trata apenas de adquirir o produto, ler o manual e pagar uma consultoria para o técnico como funciona. Essa mudança passa pela cultura da organização, em função disso, muitas atividades deixam de existir para dar lugar a novas tarefas.
Internet das Coisas e Manutenção Preditiva
IoT (Internet of Things) ou em português, Internet das Coisas é um conceito que visa mesclar a conexão digital de objetos cotidianos com a internet, ou seja, ela é capaz de transformar coisas materiais em dados.
Como isso impacta na área de manutenção? Como a sua empresa pode usufruir desse conceito a fim de trazer mais rendimento na produção? Por meio da IoT, é possível praticar a manutenção preditiva.
Com isso é possível antecipar a necessidade de serviços de manutenção de equipamentos, diminuir as paradas de emergências, determinar previamente as interrupções das máquinas, entre outras vantagens.
De acordo com Jair, quatro fases definem uma o que é uma manutenção preditiva:
- Gestão de budget compartilhada;
- Gestão de ativos: vida útil, previsibilidade e manutenção preditiva;
- Monitoramento;
- Aumento de confiabilidade e eficiência energética.
O conceito está ligado à melhoria contínua como podemos ver nas fases acima.
“A gente trabalha para ter maior agilidade no atendimento, independente se o cliente está há duas horas de viagem da Mayekawa ou cinco dias de balsa, a gente trabalha para ter a maior agilidade possível, para que esse cliente não tenha tempo parado por problemas de manutenção”, diz Jair.
Um desafio para as companhias é lidar com o fornecedor cada vez mais próximo nas tomadas de decisões referente a manutenção. A grande diferença é que antigamente as empresas terceiras só prestavam o serviço solicitado, hoje é a tecnologia e o processo são compartilhados.
Conforme citado por Jair, a gestão de orçamento é um dos temas divididos quando adquirem algum produto da Mayekawa. Essa movimentação está cada vez mais comum e gerir esse “novo formato de trabalho” é uma adversidade que as organizações precisam ultrapassar.
“Hoje, nós temos recursos para coletar dados dos nossos clientes em campo, podemos fazer isso com o suporte de internet do cliente ou com nossos modems 4G para não ter interferência na rede do cliente. Esses dados são enviados para uma nuvem, onde são armazenados e processados”, comenta Jair.
Dentro da nuvem, foi criado um sistema de inteligência artificial com o foco de trabalhar os dados com antecedência. “Aquele trabalho que antigamente era de se fazer muitos acessos e olhar muitos dados para tentar encontrar problemas para trazer soluções, já é feito automaticamente pela inteligência artificial”, completa o Especialista.