Graças à popularização das inovações tecnológicas, a nossa forma de trabalhar, conviver e se relacionar mudou drasticamente.
Em meio à revolução da Indústria 4.0, a área de compras assume um papel muito mais estratégico dentro das empresas. Ela deixa de ficar focada, basicamente, em aquisições.
Com a automatização dos processos, uma lacuna se abre, pois uma série de atividades são retiradas da rotina dos profissionais.
Diante disso, quais são os novos skills exigidos em compras?
É o que você vai descobrir neste conteúdo!
O foco da área de compras sempre foi buscar uma redução de custos da companhia por meio de cotações e comparação de fornecedores, além de administrar fontes de suprimentos.
Ou seja, esse setor é um ponto de equilíbrio para que o negócio seja competitivo e dê retorno.
Porém, com o avanço das tecnologias e, principalmente, de inteligências artificiais, como Big Data & Analytics, Machine Learning, Business Intelligence e Cloud Computing, a área vem sofrendo uma transformação.
Mas isso é motivo para preocupação ou, na verdade, devemos encarar como uma oportunidade?
É aí que se encontra o Procurement, que não deve ser confundido com a função de compras. Isso porque o conceito envolve diversos outros aspectos de uma cadeia de suprimentos.
A seguir, vamos explicar melhor.
Quando falamos em Procurement e processo de compra, estamos falando de coisas diferentes, mas interligadas.
Apesar de serem rotinas diferentes, compras é uma atividade que pertence à rotina de Procurement.
O processo de compras é, basicamente, focado na aquisição de bens e serviços. Já o Procurement tem uma complexidade maior e envolve aspectos da cadeia de suprimentos, com uma atuação mais estratégica:
Ou seja, quando falamos em Procurement, nos referimos a um olhar muito mais técnico e abrangente sobre o negócio.
Quando implementado na empresa de maneira eficaz, esse processo traz uma série de benefícios e otimizações nos fluxos de trabalho:
Pode parecer contraditório, mas a transformação digital exigiu que as companhias voltassem mais os olhos para as pessoas. Não só na área de compras, mas na indústria em geral.
É necessário trabalhar nas pessoas mais as questões de soft skill e comportamento, do que a tecnologia em si.
Quando falamos em soft skills, nos referimos a um conjunto de habilidades e competências que se relacionam com o comportamento humano:
Gustavo Greco Gonçalves, Cycles & Procurement Manager da Danone, afirma que existem algumas coisas que nenhuma tecnologia vai conseguir suprir. Pelo menos até o momento.
“Em uma mesa de negociação, por exemplo, é importante entender o que a outra parte sente e o que é relevante para ela. Até hoje, não inventaram uma tecnologia para isso”, destaca.
Logo, os novos skills exigidos em compras estão diretamente ligados à capacidade comportamental. A tecnologia deve ser vista apenas como uma parte do processo.
O perfil desse profissional vem mudando ao longo dos anos. Então, é importante esclarecer que, hoje em dia, apenas negociar e conseguir melhores preços não basta.
Otavio Nunes da Silva Neto, Gerente de Suprimentos da Gomes da Costa, conta que cerca de 75% do tempo de trabalho na empresa são empenhados nos projetos de melhoria de processos.
Os outros 25 % do tempo são empregados para negociação e “apagar incêndio”.
“Quando você automatiza um processo, você retira uma série de atividades. Então começamos a realocar as pessoas. Os mais experientes atuam como líderes de projetos, o que tem dado muito certo”, sugere o executivo.
Pois é… a atuação do comprador deve ir muito além das três cotações. É preciso inovar, fazer negociações e agregar valor ao negócio.
Pensar sobre transformação digital não diz respeito só à tecnologia, mas sim à estratégia. É aí que entra o papel da gestão.
Matheus Rodrigues, Head of Procurement da OLX, contou que quando chegou à empresa, a ordem de compra era um “Excel preenchido, impresso e assinado”.
“Eu tinha o desafio de mudar a percepção dos stakeholders a respeito do setor de compras. Era uma área muito lenta e burocrática. Naturalmente, a gente teve que falar de soft skill”, compartilhou Rodrigues.
Ele ainda contou que começou pela mudança de mindset, buscando entender se a equipe enxergava aquilo como uma oportunidade de crescimento e não apenas como um trabalho burocrático.
Esse processo de identificar o que a equipe precisa para mudar e, logo após, investir em treinamento é uma estratégia muito utilizada e eficaz.
Para Michael Sadowskij, Senior Manager Indirect Procurement da ADIDAS, as empresas têm feito cada vez mais a gestão de valor.
“Pensando em como o profissional deve ser estruturado, acho que depende muito da empresa em que você está. Dentro dessa estrutura, é preciso entender onde se encaixa cada um”, resumiu Sadowskij.
Mas será que o sucesso de um projeto tem relação com a idade das pessoas envolvidas? Nem sempre.
Quando se trata de tecnologia, é natural pensar que pessoas mais jovens têm mais facilidade. Mas isso não quer dizer que profissionais mais experientes sejam descartáveis. Pelo contrário.
Com a automatização dos processos, compradores têm uma redução na carga de trabalho e muitas empresas aproveitam o conhecimento e experiência de funcionários mais antigos para atuarem como mentores de pessoas mais novas.
É inquestionável o fato de que a transformação digital traz retornos positivos e que permitem implementar soluções robotizadas, que ajudam a reduzir os erros nos processos e, claro, obter mais lucro.
Mas será que a área de compras vai acabar da maneira como existe hoje e vai migrar para um modelo diferenciado? Sim. E já está acontecendo.
Quando falamos em novos skills exigidos em compras, estamos nos referindo a uma pessoa que tem a capacidade de pensar o negócio como um todo, que pratica a empatia, entende e desafia o cliente interno.
É um consultor que vai para o mercado externo, identifica oportunidades de negócio com o fornecedor e propõe inovações. Esse profissional deixaria de ser um simples comprador para atuar de forma estratégica, agregando mais valor à empresa.
Nesse processo, compete às companhias o papel de investir e capacitar os funcionários para os novos skills exigidos em compras.
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