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Brasil: o país dos impostos.
Certamente, você já ouviu a frase acima – e não é por menos. O país é o que mais tributa empresas no mundo, com uma alíquota de 34% que incide sobre o lucro.
Diante desse cenário, as organizações precisam contar com uma gestão tributária presente na hora de fazer seu planejamento financeiro.
Imagine a seguinte situação: após a diretoria aprovar todo o planejamento financeiro do ano seguinte, a empresa recebe uma autuação milionária da Receita Federal.
Por mais que caibam recursos, o orçamento da companhia já fica comprometido pela incerteza e eventual renegociação da multa. Isso impacta diretamente todos os setores.
O departamento de marketing, por exemplo, precisa revisitar todo o seu planejamento: adiar lançamentos de produtos, diminuir as campanhas de divulgação, entre outras ações.
Só com essa pequena situação, já podemos perceber como uma assessoria robusta na gestão tributária pode fazer a diferença no sucesso de um negócio, não é mesmo?
Mas a situação é ainda mais complexa…
Engana-se quem pensa que o sistema tributário é uma dor de cabeça recente para as empresas brasileiras.
O primeiro recolhimento de imposto no país aconteceu em 1888 por meio de um decreto da Princesa Isabel. Décadas depois, em 1922, a Receita Federal foi criada.
Mas um dos grandes problemas é que o Código Tributário Nacional, que está em vigor até hoje, foi criado há mais de 50 anos. Mais precisamente em 1966. Ou seja, ele está desatualizado com a realidade atual do mercado.
Para completar, ele possui 218 artigos. Exige-se, portanto, do profissional responsável pela gestão tributária muito conhecimento para não passar informações inconsistentes.
“Atualmente, temos mais de 100 impostos, contribuições e entregáveis para a parte tributária: É um cenário muito complexo e desafiador para as áreas de planejamento financeiro e controladoria”, resume Carlos Rosetti, FP&A América Latina da Oits.
Não são apenas as empresas que têm metas a bater. A Receita Federal também se esforça para alcançar seus objetivos.
Em 2018, por exemplo, o órgão tinha como meta arrecadar 150 bilhões de reais em autuações. Atingiu seu objetivo com sobras: foram obtidos 186 bilhões de reais em autuações.
Vale mencionar que, no mesmo ano, a Receita Federal arrecadou de forma espontânea 1,5 trilhão de reais. O valor representa 22% do PIB brasileiro.
O recolhimento expressivo da Receita Federal não é obra do acaso. O órgão investe pesado em tecnologia de ponta. Por meio do uso de inteligência artificial, ele faz cruzamentos automatizados de dados.
Dessa forma, a Receita consegue identificar inconsistência de dados fornecidos pelas empresas de forma rápida e, de quebra, fazer autuações de forma eletrônica. Não precisa mais o fiscal visitar as empresas presencialmente.
Em meio a uma complexa carga tributária e uma Receita Federal cada vez mais equipada, o profissional de FP&A, responsável por planejar o orçamento futuro de uma empresa, assume uma grande responsabilidade.
Mas foi desse grande desafio que a Otis, multinacional que fabrica, instala e faz manutenção de elevadores e escadas rolantes, encontrou na gestão tributária uma grande aliada.
Antes de mais nada, é preciso entender o cenário em que a Otis está inserida. No Brasil, a matriz está localizada em São Bernardo do Campo, mas a empresa está presente em mais 32 cidades.
Com tantos impostos federais, estaduais e municipais, a sua presença em diversas localidades pode ser um complicador na hora de calcular sua tributação.
Para complicar ainda mais o processo, a empresa fabrica peças de elevadores, mas o seu carro-chefe é a venda de serviços de manutenção ao cliente. É preciso ficar atento para qual tipo de tributo a negociação será enquadrada.
Aqui, é importante destacar que muitas empresas recebem autuações da Receita Federal não porque agem de má-fé. Mas justamente porque o sistema tributário brasileiro é bem complexo.
E a história não seria diferente com a Otis.
No entanto, na hora de fazer o planejamento financeiro, “o profissional de FP&A não pode se basear no histórico de autuações dos últimos cinco anos, porque elas não seguem uma tendência lógica. Em um ano, você pode ter um impacto de 1 milhão de reais e, no outro, de 5 milhões de reais. Essa metodologia não funciona”, alerta Rosetti.
Para se corrigir um problema é preciso, em primeiro lugar, entender quais são os riscos de um processo. E quando falamos em gestão tributária, são estes:
Diante desse cenário, uma das primeiras ações da Otis foi investir na atualização constante de sua equipe. Como os profissionais da gestão tributária são altamente qualificados, eles passam a ser disputados pelo mercado.
É preciso mantê-los motivados e engajados na companhia. Principalmente se esses profissionais já entendem toda a complexidade do negócio.
Fazer uma auditoria periódica nas suas apurações e trocas de informações com o fisco e acompanhar uma agenda tributária robusta também viraram rotina do profissional de FP&A dentro da Otis. Assim, ele consegue verificar cada etapa do processo e evitar algum problema no budget lá na frente.
Outra dica de Rosetti é contar sempre com a ajuda de uma assessoria externa. Profissionais especializados em gestão tributária podem mostrar alguns caminhos e novidades de benefícios fiscais que a empresa até então desconhecia.
Entre os mais importantes benefícios fiscais, podemos destacar:
E a Otis já pode perceber uma série de benefícios que a aproximação do departamento de FP&A com a gestão tributária proporcionou.
À medida que há redução de impostos, a companhia passa a ser mais competitiva em preço, o que pode atrair mais clientes e vendas. Em suma, o benefício chega ao consumidor final.
E os benefícios da gestão tributária não se resume a melhorias nas finanças. Ao aderir a benefícios fiscais, como Lei do Bem, Lei de Incentivo ao Esporte e Lei Rouanet, a Otis obteve um ganho intangível à sua imagem.
A empresa passou a ser percebida como uma organização que contribui socialmente à comunidade, principalmente em São Bernardo do Campo, onde a fábrica está localizada.
Como uma última lição, Carlos Rosetti afirma que o FP&A deve ter uma abordagem mais proativa, de ir atrás e se articular com outras áreas, principalmente da gestão tributária.
“Há um mar de oportunidades na área tributária. Se o FP&A tiver apenas uma abordagem passiva, ele pode acabar virando um vilão dentro da empresa. Com uma abordagem mais proativa com as áreas fiscais e controladoria, você consegue colher esses frutos mais facilmente”, conclui.
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