Por que o engajamento da alta gestão é fundamental para mitigar riscos?

gestão de riscos nas empresas

A gestão de riscos nas empresas é um tema de grande destaque atualmente no mercado, em especial diante de crises e da pressão que as companhias sentem para se adaptar e fazer parte de uma transformação digital.

Por mais que diferentes projetos sejam capazes de propor melhorias e inovações que têm o potencial de alavancar o crescimento de um negócio e conquistar um diferencial, um dos maiores desafios do setor é justamente garantir o engajamento da alta gestão.

Muitos gestores enfrentam obstáculos na hora de apresentar as propostas, valores, resultados e, especialmente, os riscos envolvidos um projeto, com o intuito de alinhar estratégias, fazer um planejamento acertado e assegurar a aprovação de patrocínio da alta direção.

Pensando nisso, neste post, vamos compartilhar as visões e experiências de grandes profissionais do mercado que participaram da 8ª edição do Risk Management Summit, organizado pela Blueprintt.

No debate, eles falaram sobre dificuldades, boas práticas, táticas e a evolução da gestão de riscos em projetos. Ficou interessado? Continue lendo e aprenda mais sobre o assunto!

A evolução da gestão de riscos nas organizações

A gestão de riscos tem um papel cada vez mais relevante nas empresas. No entanto, a experiência mostra que o elo entre estratégia e Governança, Riscos e Compliance (GRC) em projetos continua em construção. Diante desse cenário, o que pode ser feito para fortalecer a relação entre esses elementos?

Hélio Mazzilli, diretor executivo da Promon Engenharia, afirma que a dimensão do risco começou a ser tratada de uma forma relacional: sua relevância cresceu muito e tem, hoje, o mesmo peso dos riscos da operação de um negócio. “Cada vez mais, a gestão de riscos nas relações (com fornecedores e stakeholders, por exemplo) passou a ter protagonismo”, reforça.

José Roberto Beraldo, VP de finanças na Latam, complementa a ideia nos lembrando das redes sociais e seus impactos: a imagem das empresas está constantemente sendo observada.

Tatiana Melamed, Diretora de ADM e Recursos Humanos na GSK, complementa que, com a globalização e o estreitamento das relações promovido pela internet, uma crise pode acontecer em qualquer lugar do mundo.

Ela compartilha uma situação em que a empresa teve que lidar com o recall de um remédio nos Estados Unidos que gerou uma crise. Por conta das mídias sociais, pacientes no Brasil começaram a questionar a qualidade do lote que era consumido aqui.

Com essa vivência, a GSK passou a tratar a gestão de riscos voltada para uma região e para o mundo. “Como empresas globais e em um mundo globalizado, é preciso estar atento a tudo que está acontecendo e ter um comitê especialmente para isso: promover mais integração e comunicação mais rápida para ter respostas adequadas. Um erro em um projeto em uma ponta pode criar uma crise e manchar a reputação da corporação”, diz Tatiana.

O papel da alta gestão na melhoria da cultura de riscos

Mazzilli fala que o problema não é o risco, é o plano para lidar com ele. Risco é algo “bom”: quanto mais riscos, mais chances de retorno. O gestor de riscos pode preferir adotar um caminho mais arriscado para conquistar competitividade, mas precisa ter um plano de ação eficiente para mitigá-los.

Nesse sentido, o envolvimento da alta administração é fundamental e deve acontecer em todas as etapas. Instaurar uma cultura e política de portas abertas só funciona se a iniciativa vier da alta gestão.

“Engajar pessoas, promover valores e estabelecer uma comunicação fluida para mitigar e identificar riscos somente é possível com o suporte da alta gestão”, afirma Beraldo.

Da mesma forma, alguns gestores têm dificuldade de sensibilizar a alta gestão em relação a riscos que nunca aconteceram antes ou que tem baixa probabilidade – mas que se ocorrerem, podem quebrar a empresa.

Lidar com isso envolve uma questão de metodologia e cultura. É preciso rever toda a matriz de risco. Se a alta gestão não levar os alertas dos gestores em consideração, ela estará sendo imprudente.

Algumas instituições, inclusive, alteraram sua matriz para sinalizar situações que mostram, por exemplo, um risco de baixa probabilidade e alto impacto. Ele recebe um alerta vermelho independentemente de sua probabilidade. Além disso, é atribuição do conselho formar um time para lidar com essa ameaça caso ela se concretize.

A comunicação entre executivos, comitês e o conselho de administração e o papel do gestor de riscos

Para aprimorar a comunicação, Beraldo sugere usar KPIs simples para mostrar o andamento de processos em relação ao compliance. Isso facilita o diálogo com a alta gestão e mostra de forma clara o que está acontecendo, favorecendo o patrocínio.

Ao mesmo tempo, o papel do gestor de riscos como portador de más notícias também precisa mudar. O esperado é que o gestor compartilhe não só problemas, mas tenha coragem para colocar questões e se sentir parte ativa da solução.

Luiz Fernando Vianna, CEO do Instituto Lactec, comenta que o gestor de projetos não deve olhar o risco apenas dentro de “uma caixinha”, em uma ponta ou etapa. É preciso olhar para ele de uma forma diferente.

“Sem risco, não temos resultados, tampouco oportunidades. Temos que estar alinhados, cientes e olhar a matriz de risco como um todo, entendo quais são as ameaças que a empresa está disposta a enfrentar”, acrescenta.

Pedro C. Ribeiro, sócio-fundador e diretor da Stratech e professor da FIA (Fundação Instituto de Administração), diz que se proteger em demasiado e evitar todos os riscos limita os resultados.

“Não existe um grande projeto com alto retorno sem riscos – mesmo que eles não estejam claramente visíveis. O gestor de projetos precisa engajar todas as áreas e escolher uma boa metodologia. Empresas que conseguirem fazer essa gestão com eficiência e integração têm um diferencial”, alega.

O risco faz parte do business, quanto melhor sua gestão, mais significativos são os resultados. Conhecê-lo é fundamental para um projeto de sucesso. Por isso, a prioridade dos gestores é promover mais envolvimento, engajar a alta gestão e ter um plano de ação e contingência bem estruturado para lidar com as eventualidades e variáveis.

Gostou do post de hoje? Como sua empresa faz para lidar com riscos e gerenciar projetos?

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