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Algumas pessoas acreditam que a área da saúde, por ser um setor de primeira necessidade, sempre conseguirá alcançar bom faturamento e altos lucros. Quem realmente trabalha nele, porém, sabe que a gestão de custos na saúde é um grande desafio.
Atualmente, o sistema free for service ainda é o mais utilizado. No entanto, isso deve mudar bastante em breve.
Segundo Eduardo Regonha, Diretor Executivo da XHL Consultoria, palestrante do evento Health Costs Summit 2018, até pouco tempo atrás, o sistema crescia. Em 1998, havia 37 milhões de beneficiários; em 2014, eram 51 milhões. Por esse motivo, embora a necessidade de mudança já existisse, nada acontecia.
Agora, com a inflação e os reajustes, parece que esse sistema está perto de chegar ao limite. Com isso, as iniciativas para mudança finalmente começam a aparecer.
A Agência Nacional de Saúde (ANS) libera novos documentos sobre modelos de remuneração, o que também ajuda a aquecer as discussões.
A seguir, apresentaremos os principais pontos levantados por Regonha em sua palestra. Você entenderá quais são os aspectos mais importantes a considerar para uma gestão de custos na saúde eficiente, partindo do cenário atual e avaliando o futuro desse setor.
Para apresentar a mudança no cenário dos serviços de saúde, Regonha traz uma série de dados e constatações.
Primeiramente, ele menciona uma pesquisa da empresa Willis Towers Watson que analisa o custo dos planos de saúde em relação aos salários dos funcionários nas empresas. Em 2004, era de 7,5%. Em 2018, passou a 14%. Em 2034, a previsão é de que chegue a 26%.
Assim, ele propõe a questão: até quando as empresas aguentarão pagar esses planos de saúde aos funcionários? Em sua opinião, se continuar nesse ritmo, muitas empresas devem tirar o plano de saúde do rol de benefícios.
Outro dado levantado por Regonha é o caso do plano PreventSenior, que cresceu 45% entre 2015 e 2016. O motivo para isso é que muitas pessoas fizeram um downgrade de opções mais caras.
Ele constata que os próprios hospitais se readequam, em resposta à diminuição do ticket médio. Uma solução é a implementação de enfermarias em instituições que, antes, só tinham apartamentos.
Além disso, operadoras começam a trabalhar com franquias e coparticipação. Também aumenta o número de clínicas populares.
Para Regonha, caminhamos para um sistema híbrido. Suas características serão:
Ele aproveita para apontar alguns casos reais que demonstram ensaios dessas novas tendências.
É o caso da Unimed Vitória, que adota diária semi-global há alguns anos. Além disso, quase todas as Unimeds investem mais em atenção primária, com ênfase em medicina da família e triagem por clínicos gerais, por exemplo.
Regonha ainda fala em uma proposta de bundle, um sistema em que, após o paciente ser diagnosticado com certa patologia, um hospital especializado se responsabiliza pelo tratamento integral ao longo de um certo período. A operadora, por sua vez, destina à instituição um valor fixo. O Hospital Oswaldo Cruz é um exemplo de experimentação.
A Unimed Belo Horizonte, segundo Regonha, testa o modelo de Pagamento por Performance Médica, além de implementar outras iniciativas junto aos cooperados e prestadores.
Um apontamento fundamental de Regonha é que o conhecimento da estrutura de custos é essencial em qualquer modelo.
Então, a primeira coisa a fazer é investigar os custos. A segunda é começar a ajustar a migração, diminuindo a margem do MatchMed e melhorando as diárias e taxas. Para isso, é preciso que exista negociação entre os hospitais, as clínicas e as operadoras de planos de saúde.
Depois da migração, vale a pena avançar para a diária global ou semi-global. Esse movimento exige a adoção de indicadores de referência que demonstrem os resultados. É provável que essa mudança impacte a maneira como é feita a auditoria dos hospitais. Concomitantemente ou não, é preciso adotar a Diagnosis Related Groups (DRG), metodologia para a classificação de pacientes internados com quadros agudos.
Finalmente, começa-se a trabalhar com performance, bundle e captação.
Porém, como Regonha apontou, deve haver um sistema híbrido. Ou seja, em alguns casos, o modelo free for service persistirá.
Então, como fica a gestão de custos na saúde? Regonha cita um artigo de Roberta Massa, afirmando que esse é o caminho para a saúde privada.
Segundo Massa, “a gestão de custos permitirá viabilizar processos mais seguros, aprimorar a qualidade e a segurança da assistência”.
Para Regonha, as premissas da gestão de custos na saúde são:
Os objetivos da gestão de custos na saúde são:
Os benefícios da gestão de custos na saúde são:
O sistema para a gestão de custos deve ser objetivo, ágil e dinâmico, de modo a responder às necessidades da organização. Existem várias alternativas no mercado, sendo que a maioria apresenta módulos.
Regonha aponta que é necessário contar com um sistema capaz de gerar dados que possam ser utilizados no presente. Não adianta ter à disposição apenas informações referentes ao passado.
Por isso, um sistema altamente complexo não é o ideal, porque se perde muito tempo convertendo dados em informações.
Regonha ainda afirma que o sistema é o aspecto mais simples do processo de gestão de custos na saúde. Os módulos integrados são uma ferramenta muito satisfatória. No entanto, é preciso haver um cuidado com o envolvimento e a preparação das pessoas que o alimentarão. Do contrário, ele é irrelevante.
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