O caminho para digitalizar os processos de recrutamento e seleção até o desligamento do colaborador era algo inevitável, com o avanço das ferramentas tecnológicas e com a democratização ao acesso, a experiência digital faz parte do cotidiano das empresas.
Contudo, percalços durante a jornada devem e podem ser evitados. Por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, a transformação digital aconteceu de maneira forçada, de um dia para o outro o home office virou uma realidade e a inserção do digital acabou afastando os colaboradores, desumanizando e perdendo a conexão necessária com a rotina de atividades.
O desafio é grande, além do RH, todas as áreas são responsáveis por assegurar o engajamento e a satisfação dos colaboradores.
Anderson Hass, Gerente Sr. Employee Experience da Cogna Educação, participou do Programa Executivo de Imersão em Experiência do Colaborador para compartilhar a trajetória da empresa na promoção de uma experiência digital e única aos funcionários.
“Quando a gente fala sobre uma experiência digital única, a gente fala do visual, de ter um SSO (Single Sign On), onde as pessoas não precisem ter várias senhas, vários processos diferentes para fazer o login e conseguirem entrar na plataforma, a questão de dados, pois quanto mais a gente tem um único local, uma única experiência, melhores são seus dados e com isso é possível administrar melhor as informações e a integração de todos os sistemas, no mundo digital possui diversos sistemas e plataformas, tanto na vida pessoal como na vida profissional”, explica Anderson sobre os benefícios de apostar na experiência do colaborador.
O valor de proporcionar uma experiência agradável já é algo frequente em nossas vidas, as redes sociais impulsionaram isso de forma que integrações entre diversas plataformas aconteçam em uma mesma postagem. A foto na viagem é compartilhada em diferentes redes sociais, sendo possível acionar a plataforma de streaming para colocar uma música, que ajuda a passar a mensagem desejada no retrato.
Trazer esse conceito para dentro da organização é um acerto, além de ser dinâmico e funcional, os colaboradores já estão acostumados com esse processo. Tornar a vivência ímpar é um valor tão importante quanto um ótimo salário.
“A gente percebeu que nossos concorrentes não eram concorrentes tradicionais, na área de educação começaram a ser o Google, o Youtube, as plataformas digitais que estão aí disponibilizando conhecimento e conteúdo para todo mundo”, recorda Anderson.
O mindset sobre a nova concorrência surgiu em 2017 na Cogna e, para não ficar atrás, a companhia se baseou em três pilares como novo modelo de negócio:
Startups: velocidade na construção de novos produtos;
Colaborador: novas exigências e experiências;
Turnover: competição pelos melhores profissionais.
Experiência digital na prática
Logo de cara o primeiro desafio são as barreiras da aceitação, a cultura é fundamental nesse processo. Para o negócio mudar, as pessoas precisam mudar. Nesse caso específico, o RH precisa mudar skills e o mindset.
A curva começa na negação, passando pela raiva. Quando chega no momento de negociação, ou barganha, é o mais delicado. Essa etapa exige muita atenção, conceitos bem definidos a fim de rumar até a aceitação, para no fim, atingir o comprometimento necessário.
“A gente começou a olhar o colaborador como cliente, ter um RH com olhar de marketing, porque o marketing já vinha com uma pegada muito forte no digital, de ver as pessoas de outra forma, identificação de personas, começar a olhar o colaborador como persona, entender que as individualidades exigiam produtos e serviços diferenciados. Mapear a jornada, até então a gente não tinha esse trabalho de entender a jornada das pessoas, entender o início, meio e fim de cada processo, quais os pontos de contatos a gente poderia encontrar melhorias e olhar realmente para a experiência, tudo que a gente fazia e entender qual a experiência que as personas X, Y e Z tem com esse produto que eu estou lançando?, salientou Anderson sobre o processo de mudança.
A fala do Gerente sobre o processo de transformação é interessante, apesar dele abordar de forma mais genérica, cada empresa tem sua característica e é preciso respeitar. Impor a mudança digital apenas por ser tendência, sem entender a empresa é um erro.
Estruture a jornada criando um mapa para cada etapa, desde a atração, passando pelo onboarding, capacitação e desenvolvimento, avaliação e reconhecimento, até novos desafios, que podem ser dentro da própria empresa ou não. Trabalhar cada passo como único gera um engajamento e aumenta o senso de pertencimento do colaborador.
No mercado, diversas startups oferecem um serviço personalizado e focado em experiência digital aos funcionários, reúna o máximo de informação e dados, ouça os líderes e traga eles para a etapa de construção, aumentando a confiança no processo.
“Se a gente está falando de gente, de colaborador da empresa e a gente quer ser uma área que continua olhando para a necessidade do público interno e conexão com o negócio, temos que trabalhar mais UX, entender mais o que é isso e o que a gente pode utilizar de UX dentro da nossa rotina”, afirma Anderson sobre ferramentas digitais.
Conforme comentado, existem diversas ferramentas que podem suprir e atender a necessidade da organização, portanto, capacite os profissionais de RH com novas skills e principalmente, trabalhe o mindset.
Não presuma que você ou seu time saiba o que as pessoas desejam ou que elas esperam do produto. Trabalhe com números, pergunte, pesquise e mensure os dados para criar indicadores.
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