Como o desenvolvimento de soft skills contribui para a sustentabilidade do negócio

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Investir no desenvolvimento de soft skills, além de trazer resultados tangíveis para o negócio, pode melhorar a qualidade vida dos funcionários

Além da excelência técnica, é crescente a busca das empresas por habilidades interpessoais em seus profissionais. Afinal, para lidar com mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo, apostar no desenvolvimento de soft skills é estratégico para a sustentabilidade dos negócios.

Conforme revelou uma pesquisa realizada em 2020 pela Manpower Group com 26 mil empregadores em 43 países, um terço diz estar investindo no desenvolvimento de soft skills de seus funcionários. No Brasil, 43% dos 450 empregadores ouvidos afirmaram estar promovendo esse tipo de treinamento.

E no pós-pandemia as soft skills serão ainda mais valorizadas pelas empresas brasileiras. De acordo com a consultoria internacional PageGroup, a inteligência emocional será prioridade para 43% dos executivos, seguida de trabalho em equipe (38%) e comunicação assertiva (31%).

Além disso, 68,7% dos líderes brasileiros consideram a falta de habilidades sociais um fator relevante para desligamento.

Percebendo a necessidade de estimular o autoconhecimento de seus funcionários, a Volvo Brasil decidiu investir no desenvolvimento de soft skills.  A iniciativa, apresentada em nossa Imersão em Educação Corporativa, começou com as lideranças. Hoje, alcança toda a fábrica de powertrain e já apresenta resultados significativos.

 

O conceito VUCA como catalisador do desenvolvimento de soft skills

O mundo VUCA (acrônimo para volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) vem exigindo adaptações frequentes de empresas e funcionários. Nesse contexto, habilidades interpessoais como resiliência, empatia e inteligência e emocional são cada vez mais relevantes para o crescimento profissional.

Foi partindo dessa constatação que Luiz Bohatch, diretor de produção Powertrain, identificou a necessidade de incluir o desenvolvimento de soft skills nas ações da Volvo.

Entretanto, a empreitada, iniciada em 2017, enfrentou desafios. O perfil do público-alvo, ou seja, dos colaboradores da fábrica e das áreas de suporte à fábrica, foi um deles.

Formado por profissionais de Controladoria, TI, Logística, Engenharia de manufatura, Qualidade, Engenharia de manutenção e Manutenção, o segmento é bastante técnico e pragmático. Envolvê-lo em um treinamento de desenvolvimento de soft skills, portanto, não foi simples.

“É um público cartesiano, acostumado a números, especificações, dados e fatos. Já durante o treinamento alguns colegas perguntavam ‘Por que tenho que aprender sobre empatia e gestão da raiva? O que eu fiz de errado?’. Sentir raiva não é algo ruim, desde que ela seja canalizada corretamente, e precisamos acolher esse sentimento. Então, nosso papel era explicar por que eles estavam ali”, diz.

Outra questão foi mensurar o retorno financeiro, construindo indicadores que pudessem ter impacto relevante no negócio. “É importante uma empresa dar resultado, mas nossa preocupação é a qualidade do resultado. Por menor que seja o retorno do desenvolvimento de soft skills para o negócio, existe um resultado para o indivíduo. Cada empresa tem um papel social também, inclusive com a parte da sociedade que trabalha ali dentro. É assim que pensamos na Volvo”, revela o diretor de produção.

 

Construindo o Programa Trilhas

Uma consultoria externa foi contratada para ajudar a construir o Programa Trilhas, jornada de desenvolvimento de soft skills da Volvo. A metodologia escolhida para embasar a ação foi a 6Ds, porém adaptada às especificidades da empresa.

Segundo Luiz, o primeiro passo foi determinar os resultados para o negócio. Junto ao time gerencial foram definidos os indicadores de performance das fábricas que estariam conectados ao Programa Trilhas. Eles se dividem em seis dimensões: segurança, qualidade, entrega, custo, meio ambiente e pessoas.

Em seguida foi feito o desenho do aprendizado, fruto da parceria entre o RH, o time gerencial e a consultoria. A terceira etapa, de direcionamento da aplicação das ações, envolveu diretamente os líderes. Anualmente, eles passam por um ciclo de desenvolvimento também ligado ao Programa Trilhas e ao PDI – Programa de Desenvolvimento Individual.

“Na primeira turma testamos a mentoria. Os participantes escolhiam um mentor que não poderia ser seu gestor imediato. Tivemos um resultado interessante, mas não totalmente satisfatório. Assim, na segunda turma, adotamos o líder coach, pareando líderes e liderados. As lideranças foram treinadas quanto à postura de coach, o que mudou bastante o resultado”, explica.

Para apoiar os participantes no desenvolvimento de soft skills foi adotada uma plataforma gamificada que promove competições individuais e entre equipes. “Usamos os aprendizados da primeira turma, quando não tínhamos o game e nem o líder coach, para melhorar o programa”.

Atualmente em sua terceira edição, o Programa Trilhas treina 80 profissionais das fábricas, divididos em turmas de 20 pessoas. A ação de desenvolvimento é composta por 19 módulos ao longo do ano. Entre os tópicos abordados estão:

  • Valores e propósito
  • Gestão das emoções
  • Resiliência
  • Protagonismo
  • Empatia
  • Assertividade
  • Vulnerabilidade
  • Autoconhecimento

Desenvolvimento de soft skills e resultados tangíveis

Todas as ações de desenvolvimento da Volvo estão vinculadas a métricas e indicadores de performance do negócio. No caso do Programa Trilhas, cada um dos três grupos montados por turma deve elaborar um projeto de melhoria que tenha impacto relevante no negócio.

De modo geral, eles enfocam perdas ligadas à baixa produtividade em três grandes áreas:

  • Linha de montagem de transmissões
  • Linha de montagem de motores
  • Custo de inventário

Luiz esclarece que um dos pré-requisitos é que os participantes não tenham conhecimento técnico aprofundado sobre a área em que vão atuar. “Assim eles podem aplicar o que aprenderam no Trilhas e focar no desenvolvimento de soft skills. Trabalhar a empatia, a gestão das emoções, assertividade, inteligência emocional, resiliência entre tantos outros atributos”.

Os resultados atestam que os grupos conseguiram conectar o desenvolvimento de soft skills a objetivos tangíveis. Na linha de montagem de transmissões, por exemplo, o trabalho em atividades que não agregam valor aumentou a produtividade em 10%.

O grupo da linha de montagem de motores também reduziu as atividades de não agregação de valor, gerando economia de R$ 100 mil em um ano.

Por fim, no custo de inventário, o projeto da equipe possibilitou economia de cerca de R$ 250 mil.

No total, os ganhos dos três projetos somam mais de R$ 410 mil.

“Ainda que não tivesse trazido resultado eu estaria satisfeito. No evento de fechamento tivemos vários depoimentos emocionantes. Vimos que com o desenvolvimento de soft skills a vida da pessoa melhorou em casa, com cônjuge, filho. Isso não tem preço para mim. O Programa Trilhas também tem esse benefício, que é intangível, mas que fez e continuará fazendo a diferença na vida das pessoas”, conclui Luiz Bohatch.

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