Por que inovação é a palavra do momento no mercado de crédito e cobrança

crédito e cobrança

O mercado de crédito e cobrança aposta na tecnologia para ampliar a assertividade das operações, reduzir riscos e abreviar a burocracia.

Isso porque vivemos em um cenário econômico com elevada inadimplência – mais de 60 milhões de pessoas estão com nome sujo – e alto índice de desemprego – acima de 10% da população brasileira.

A solução tem sido substituir modelos tradicionais de análise de dados por propostas que usam inteligência artificial e outras tecnologias para avaliar os riscos de forma mais adequada.

A busca por processos personalizados e automatizados, por meio de machine learning, por exemplo, vale para todo o ciclo de crédito, desde a busca de prospect, a conversão de lead, a análise até a cobrança.

Essa movimentação no mercado financeiro como um todo tem sido liderada pelas fintechs e também pelos grandes bancos, que vêm investindo em parcerias com startups e em novos modelos de atuação.

“Hoje, a tendência é ter uma resposta de crédito e de cobrança quase que online, coisa que antes era muito burocrático e moroso”, afirma Rodrigo Portella, Gerente de Políticas e Processos de Crédito da Serasa Experian.

A própria Serasa Experian criou um marketplace de crédito tanto para pessoas físicas, como jurídicas, chamado de Ecred Serasa.

Nele, o cliente preenche um formulário com a sua necessidade e o sistema busca a melhor forma de tomar esse crédito. Todo o processo é pela internet.

Conheça, a seguir, como grandes empresas do mercado financeiro têm se inspirado nas fintechs, as tecnologias que vêm trazendo resultados para o setor e como atender à legislação brasileira.

Fintechs como parceiras no mercado de crédito e cobrança

Nos últimos anos, poucos setores foram tão impactados pela inovação tecnológica quanto o financeiro.

A chegada das fintechs e as parcerias criadas entre grandes bancos e startups estão modernizando o mercado financeiro e também interferindo nas relações de negócios entre instituição e cliente, seja pessoa física ou jurídica.

Um dos resultados disso é que as instituições estão cada vez mais intencionadas em desburocratizar processos e oferecer crédito a taxas mais acessíveis.

“A inovação precisa ter como foco central melhorar o atendimento e atender às necessidades dos clientes. Os ganhos em excelência, qualidade e financeiro vêm a partir disso, de forma natural”, afirma Tiago Nicolaidis, Head de Transformação Digital da Sicredi Confederação.

Aliás, a cooperativa de crédito, há mais de 100 anos no mercado financeiro, viu que o formato do seu core bancário estava inadequado e resolveu lançar uma nova marca mais próxima à transformação digital que vivemos.

Trata-se do Woop Sicredi, plataforma criada de olho no público jovem e que pretende despertar o sentimento de dono de seus clientes.

Dentre os principais benefícios do Woop temos: uma aba para enxergar quais são os dados gerais da instituição, membros do conselho, capital social, tamanho da companhia e instituições que apoiam, dados difíceis de se encontrar neste mesmo mercado.

Além disso há programas de fidelidade, desbloqueio de cartões para compras presenciais ou apenas online, troca de senha em tempo real, funções como limite de crédito, crédito fácil, organizador financeiro, entre outros.

Saiba como a Woop Sicredi combina a solidez de uma financeira à cultura de uma startup clicando aqui

Isso mostra que até as grandes corporações, que pareciam ter seus direcionamentos intocáveis, estão sendo obrigadas a repensar os seus princípios e propósitos afim de atender os novos perfis de consumo e às motivações profissionais, tanto para seu público interno, quanto externo.

“A atuação das fintechs certamente colabora para um novo patamar de relação entre o consumidor e as instituições financeiras. Ele agora têm muitas opções para escolher, que se adequem a sua situação e disponibilidades”, afirma Andrea Pompermayer, Diretora de Vendas – Fintechs da Serasa Experian.

Outros exemplos são o Bradesco, com o seu Banco Next, e o Itaú, com o Cartão Zero.

As diferentes formas de aplicação do blockchain

Ainda falta no Brasil regulação oficial, infraestrutura tecnológica e legislação que garanta segurança, mas a aposta é que a tecnologia de blockchain traga disrupções importantes aos setores de crédito e cobrança.

Sistemas que utilizam blockchain permitem uma forma mais eficiente, segura e barata de oferecer empréstimos pessoais à um número maior de consumidores.

Com a criptografia, os registros de histórico de pagamentos ficariam seguros. O mesmo pode ocorrer com as cobranças.

Muito desse movimento tem a ver com o mercado internacional, onde o blockchain já vem mostrando um impacto grande quando pensamos, principalmente, sobre a morosidade das transferências bancárias e também no valor das taxas.

Para transferir uma quantia hoje da costa oeste dos Estados Unidos para o Reino Unido, por exemplo, gasta-se, em média, 25 dólares americanos e quase uma semana de prazo para concluir a transação.

Dependendo do valor transferido, a cobrança pode ainda ser maior, considerando em média uma taxa de 7,68% do valor transferido.

Com a chegada do blockchain, os consumidores estão tendo uma oportunidade de ter uma opção mais rápida, barata e segura para estas transações.

No Brasil, as grandes instituições bancárias já vêm testando essa tecnologia. Em 2018, o banco Itaú colocou em funcionamento uma ferramenta de controle de margens transacionais de derivativos utilizando o blockchain.

Já para o Santander, a ideia é focar em uma aplicação do blockchain para que seus correntistas possam transacionar valores entre contas do banco pelo mundo todo através da rede, barateando custos e aumentando a demanda.

O Banco do Brasil possui uma área específica para estudos e projetos ligados a blockchain. Por fim, o Bradesco realizou uma prova de conceito que permitiu usar o blockchain como uma ferramenta de apoio no compartilhamento de dados de cadastro de clientes com outros bancos.

Ufa! Os exemplos acima mostram que há muitas aplicações da tecnologia no mercado financeiro.

Conheça 5 formas que o blockchain já é utilizado nos bancos e 8 ideias para usar o blockchain no seu negócio, muito além da criptomoeda.

Biometria facial e QR Code: conheça as tecnologias em alta no Brasil

O mercado de crédito e cobrança encara o desafio de como usar as novas tecnologias, como inteligência artificial (IA), big data, machine learning, e sistemas automatizados, de forma efetiva para transformar processos.

Toda novidade no mercado financeiro gera alguns incômodos e inseguranças em seus novos usuários, mas hoje já é possível ver iniciativas que reiteram a abertura de clientes às tecnologias.

“Já tem gente fazendo cobrança de valores pequenos (o que custa caro do modo tradicional), usando IA por meio de chatbot, mensagem, de voz e vídeo”, afirma o consultor Boanerges Ramos Freire.

A Brasil Pré-Pagos, por exemplo, lançou a BePay, carteira digital que permite a pessoas físicas e varejistas realizarem pagamentos, recebimentos e transferências via smartphone através da geração de um QR Code.

A carteira funciona como uma conta digital com Mobile Point of Sale (mPOS), substituindo a maquininha de cartão para transações.

Conheça a carteira digital que permite pagamentos via QR Code. 

De olho em aumentar a segurança nas transações e utilizar mecanismos de prevenção a fraudes na concessão de empréstimos.

A Bom Pra Crédito, por outro lado, apostou na biometria facial para trazer mais segurança. O cruzamento de bases entre estes fornecedores é um dos principais garantidores da efetividade desta ferramenta.

Mas, é claro, ela não atua sozinha, há também filtros de geolocalização, perfil demográfico, upload de documentos, análise de uso das redes sociais e score de Machine Learning, por exemplo.

Quer saber quais tecnologias para a redução de fraudes as fintechs vêm utilizando? Clique aqui. 

Mudança na legislação inspira cuidado

Com o objetivo de permitir a expansão e aumentar a concorrência no setor, o Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou as atividades das fintechs em 2018, permitindo que atuem de maneira desvinculada de bancos, conquistando mais independência.

Pela nova regra, apenas instituições de pagamento que processem mais de R$ 500 milhões/ano em transações ou que possuam mais de R$ 50 milhões em recursos em conta de pagamento são obrigadas a requerer autorização do Banco Central para funcionamento.

Sua aprovação pode ser considerada como o primeiro passo para a regulação do Open Banking no Brasil, em movimento similar ao ocorrido na Europa.

No entanto, para Gerson Rolim, Sócio-Diretor da Vecto Mobile e Diretor da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), a hiper-regulação do Bacen pode reduzir a inovação das fintechs

Isso porque o guarda-chuva das mudanças é a Centralização de Liquidações Financeiras. A partir da lei, todas as liquidações financeiras realizadas por cartão de crédito deverão ser controladas por uma instituição autorizada pelo Banco Central.

Fórum C4 de Crédito e Cobrança (C4CC)

De olho nesse cenário inovador que o mercado financeiro vem passando no Brasil, a Blueprintt vai realizar a nona edição do Fórum C4 de Crédito e Cobrança (C4CC).

O evento vai reunir especialistas para discutir novas tecnologias, com cases reais de aplicação de tecnologia em crescimento exponencial, digitalização e aproximação dos clientes e suas demandas – em um mundo cada dia mais conectado.

O Fórum C4CC 2020 reunirá importantes players do mercado de crédito e cobrança para resolver problemas, antecipar tendências e discutir o futuro. Conheça a programação e participe!

 

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