Aquele ciclo de mais gastos, alto volume nas produções gerando um retorno maior vêm caindo por terra. Pensar dessa forma é estar atrasado independente da área de atuação, abrir a mente para novas ideias e, principalmente, rever conceitos é um exercício criativo e necessário para se reinventar, ainda mais em tempo de crise e recessão econômica. É disso que se trata o conceito de compras além do saving.
Para começar, vale uma rápida explicação sobre o termo saving, ao pé da letra quer dizer redução de custos, otimizando investimentos com estratégias de análises. Na prática é o quanto foi feito de economia e o quanto de gasto foi evitado. Outro termo bastante conhecido é o cost avoidance, traduzido para o português é evitar custos. Ambos são indicadores de compras.
E por que investir em saving? Ele sugere a diferença entre um orçamento contra o que foi comprado através do cálculo. Expondo o quanto as áreas conseguiram economizar, possibilitando um bom relacionamento entre clientes internos e fornecedores.
Estratégias de compras além do saving
Entenda como juntar as ideias e agregar valor para a sua compra.
Conectar a sua compra: com a necessidade do cliente interno, estar convencido se aquilo é o melhor para empresa. Validar realmente a carência da área.
Analisar o mercado: acompanhar as indústrias, garantindo um preço fixo de seus fornecedores.
Analisar o fornecedor: aqui fica uma reflexão: como foi a relação de parceria para ajudar seu fornecedor que passou dificuldade na crise? Estabeleça um vínculo de confiança, pois sabemos que o mercado é volátil e no futuro pode ser você que precise de apoio.
Contexto econômico: o mundo inteiro está inserido no mesmo contexto, a pandemia do novo coronavírus. Fique atento ao mercado.
Concorrência: saber o quanto o concorrente paga é importante para medir os custos, barganhar valores e ganhar pontos internamente.
Faz parte adotar estratégias diferentes para compras pequenas e grandes, de repente, terceirizar pode ser uma opção dependendo da demanda.
Com base nesses pontos, é a hora de desenvolver a estratégia de compras focada em redução de custos.
Uma das principais aptidões de um comprador é a negociação. Entender a linguagem do mercado, dominar assuntos relacionados a finanças e poder de convencimento para o fornecedor trazer uma proposta melhor. Essas competências também servem para ações com o público interno.
Vale ressaltar que para obter os resultados esperados é extremamente importante o estabelecimento de um fluxo entre a equipe de compras e os demais setores nas decisões estratégicas, esse envolvimento possibilita que qualidade e redução de custos andem juntos.
Um desafio que o profissional da área irá encontrar é quantidade x valor. Neste momento, a análise econômica será uma grande aliada. Questionar sobre a quantidade solicitada comparando com budget disponível é essencial para facilitar a tomada de decisão. Mesmo que inicialmente a lógica de atacado faça sentido para o valor, deve-se levar em consideração a quantia inutilizável. No fim das contas, isso pode ser um prejuízo.
Ter o aporte do conselho diretivo ou da presidência é fundamental para implementar as estratégias. Sem essa carta branca, esse processo se torna uma missão muito complicada.
Mas então, como ganhar essa confiança? A análise da concorrência é uma forma de convencer o CEO, prevendo as tendências e mostrando que a partir do seu plano a empresa irá expandir o saving.
Ganhos e benefícios
- Controle de fluxo;
- Orçamento assertivo;
- Definição de política para compras;
- Tendências de mercado (mapeie as oportunidades e traga para dentro da empresa se adiantando aos novos lançamentos);
- Engajamentos com clientes internos.
“Na Pepsico a gente constrói juntos o orçamento e eu tenho que prometer o projeto que eu vou fazer”, afirmou Mário Speziano, Head of Indirect – Global Procurement Sr. Manager da Pepsico na palestra do Procurement Summit 2020.
O depoimento de Mário é interessante, pois mostra o desafio do setor de compras com os demais parceiros. O palestrante ressaltou o quão importante é manter um bom relacionamento com outras áreas.
Por vezes, o saving acontece agregando valor ao produto ou fortalecendo uma base forte com seus fornecedores e não necessariamente no ato de comprar. Negociação faz parte desse universo e conforme mencionado acima é preciso manter-se atento ao mercado e as oportunidades que ele oferece.
Concluímos que a área de compras é cada vez mais o centro de uma empresa, com um papel estratégico oferecendo ganhos surpreendentes, aumentando os savings, em consequência da solidificação de demandas e o aumento do poder de barganha. 1% de saving pode simbolizar mais de 9% de lucro.
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