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Os avanços no uso do blockchain no Brasil ainda são tímidos. Mas, no mundo, muitas empresas já usam e estudam as aplicações da tecnologia.
O blockchain é um termo que pode ser entendido, em português, como “blocos em cadeia ou em corrente”. Seus objetivos e potencial são claros: simplificar, descentralizar, baratear e agilizar transações financeiras e trocas de dados no mundo e em diferentes contextos. Essa tecnologia funciona como um gigante “livro contábil”.
Para que uma transação seja validada, as informações são conferidas por meio de códigos em vários supercomputadores. O processo acontece em sequência, no qual uma transferência se vincula a outra.
Comparativamente, é como se o tal livro contável tivesse suas páginas publicadas em bibliotecas em todas as partes do planeta. Isso impossibilita que um conhecimento seja apagado e dificulta ataques de hackers. Em suma, operações são realizadas com maior segurança e sem a necessidade de intermediadores.
Pensando nisso, neste post, vamos falar sobre o uso do blockchain no Brasil. Continue lendo e fique por dentro!
A aplicação do blockchain ainda dá seus primeiros passos em território nacional. Mas quais seriam os entraves dessa iniciativa?
De acordo com Diego Perez, Diretor Executivo da Blockchain Hub Brasil, a transição do offchain para o blockchain no Brasil ainda é rústica, e muito se deve à falta de familiaridade do usuário final com a tecnologia.
“Uma inovação só se torna implementada de fato quando ela se transforma em algo invisível, como a energia elétrica e a internet”, reforça Perez.
Rocelo Lopes, fundador da CoinBr, é otimista. Ele relembra que, anos atrás, o varejo preferia receber pagamentos em cheques porque o processo de receber em cartão era complicado – as chamadas “maquininhas” não existiam e era preciso copiar o cartão com carbono, colher assinatura do cliente, etc.
Hoje, graças à base tecnológica existente, ele se mostra confiante de que essa inovação evoluirá no futuro, pois ela é ainda recente.
Não existe consenso sobre que tipo de arquitetura é a melhor opção e as plataformas ainda estão em aprimoramento. Mesmo assim, Lopes complementa que o blockchain pode proporcionar uma revolução financeira em um país extremamente bancário como o Brasil.
“Isso vai trazer novos postos de trabalho e novas formas de lidar com soluções bancárias; novos protocolos e processos. Um novo leque será aberto”, diz Lopes.
Já Régio Martins, superintendente da B3, e Alex Braz, CTO da A Star Labs, apontam ainda alguns fatores que limitam a escalabilidade do blockchain no Brasil: a carência de profissionais especializados e a questão da falta de definição sobre governança e uma arquitetura/plataforma de operação.
Os principais players do mercado que discutem e investem no blockchain no Brasil e no mundo hoje são, justamente, bolsas, bancos e instituições centralizadoras e reguladoras.
Nesse cenário, Marcelo Miranda, CEO da Finchain, levanta a seguinte questão: “será que não estamos trocando uma forma de regular ou intermediar por outra ou a tecnologia de blockchain tem o potencial, em larga escala, de descentralizar?”
Sobre a questão, Perez pensa que os bancos não vão acabar, pois ainda existem muitos produtos que eles podem oferecer, especialmente em relação a questões como dinheiro digital e portabilidade entre instituições.
No entanto, é inegável que eles terão que se adaptar. “Gigantes quebraram por falta de inovação, como a Kodak e Blockbuster. Os grandes players estão aproveitando seu capital disponível para apostar em algo novo e não ficar para trás”, comenta Perez.
“O banco vai ter que entender que precisa melhorar. Ele vai precisar oferecer um produto mais vantajoso e competitivo para garantir que o cliente fique, o que pode incluir a portabilidade de produtos, a migração de contratos, como os de seguros, de um banco para o outro ou até mesmo entre países”, adiciona Lopes.
Martins e Braz enriquecem o debate falando que muitos processos ser tornarão obsoletos, mas não necessariamente os players.
Essencialmente, a oportunidade é que procedimentos se tornem mais enxutos e eficazes, assegurando uma melhora da performance como um todo.
As aplicações do blockchain são ilimitadas e podem beneficiar diversos outros segmentos. Os especialistas no debate destacam áreas como:
Anos atrás, o mercado financeiro tradicional rejeitou a ideia das criptomoedas. Hoje, observa-se uma movimentação ao contrário.
Apesar de rumores de que gigantes do varejo, como a Amazon, passariam a aceitar bitcoins para o pagamento de serviços e produtos, Rocelo Lopes é cauteloso e afirma que o mercado é promissor, porém altamente especulativo. Não existem regulamentações e os riscos são grandes.
Entretanto, vale a pena se informar, acompanhar as notícias de perto e aproveitar oportunidades – lembrando-se de não investir tudo somente nessa modalidade, estar atento de quem vai comprar e como vai armazenar.
Complementando esse raciocínio, Perez aponta que o potencial das moedas virtuais é grande, apesar de não existirem respostas definitivas.
Tanto que diversos países estão acelerando regulamentações e formalizando processos para tornar essa realidade possível, e o Brasil desse seguir esse rumo.
Uma das principais características do blockchain é a transparência. Nesse contexto, Miranda atesta que ele poderá ser usado para facilitar, transformar e dar mais visibilidade a processos de licitação, por exemplo.
A tecnologia do blockchain facilita o rastreio completo de fraudes, da origem de materiais, dos fluxos monetários, entre outros. Qualquer tipo de procedimento pode ficar mais transparente. A ferramenta existe e permite tudo isso.
Cabe, agora, nosso governo se mobilizar, investir na ideia e propiciar que ela faça seu papel.
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