Tecnologia em logística: conheça o modelo de transporte em cápsulas estudado no Brasil

Tecnologia em logística

Sabia que já existe um modelo de transporte em cápsulas sendo estudado no Brasil? Isso é o que podemos chamar de aplicação de tecnologia em logística.

Muitas empresas vêm buscando modelos de gestão sustentáveis frente ao desafio da política de preços mínimos para contratação de cargas.

A Hyperloop Transportation Technologies (HTT) é uma companhia de pesquisa americana de colaboração coletiva criada para desenvolver um sistema de transporte baseado no conceito Hyperloop, que foi idealizado pelo empreendedor e fundador da SpaceX e CEO da Tesla Motors, Elon Musk em 2013.

Musk apresentou a ideia em 2013 e outras startups foram criadas para desenvolver o sistema. Entre elas estão a Hyperloop Transportation Technologies e a Hyperloop One — além da própria SpaceX.

Mas, afinal, o que é o Hyperloop?

O Hyperloop é um sistema que transporta passageiros e cargas em cápsulas, que se movem dentro de tubos metálicos com ar de baixa pressão. Considerado pelo seu idealizador como o quinto meio de transporte, depois do rodoviário, aéreo, aquático e ferroviário.

Por ser suspenso e não ter contato com os trilhos, o Hyperloop funciona como um trem de extrema velocidade, que flutua por meio de um jato constante e pressurizado de ar que o levanta entre 0,5 e 1,3 milímetro.

Motores elétricos disparam as cápsulas pelos trilhos de ar. Sem a resistência dos trilhos e do ar à frente, o HyperLoop pode atingir uma velocidade máxima de 1,220 km/h — mais alta que a velocidade atingida pela maioria dos aviões comerciais.

Isso faria uma viagem entre Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, durar apenas 20 minutos.

Em relação às estimativas de custo, o preço de bilhete para viajar de Hyperloop ficaria entre US$ 20 e US$ 30, segundo os pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do sistema. Já o custo para construção do projeto, este seria bem alto.

A primeira rota proposta de construção do Hyperloop seria entre Los Angeles e San Francisco – cerca de 600 km de distância entre as cidades – com custo de aproximadamente US$ 7,5 bilhões, se incluso estiver também o sistema para transportar veículos. Se for apenas para o transporte de passageiros, o custo cairia para US$ 6 bilhões.

Outras rotas no mundo estão sendo propostas. A HTT estuda conectar Eslováquia, Hungria e Áustria.

No entanto, existe uma previsão de que o porto de Dubai seja o primeiro lugar a receber um Hyperloop, pois lá ele passaria a receber cargas enviadas não apenas navios. A Hyperloop One e a DP World, operadora de cargas no porto, estão desenvolvendo um estudo para a viabilidade da tecnologia com proposta logística.

Quando esse sonho vai se tornar realidade? A ideia é que seja em 2020. Pelo menos é o que afirma o fundador da Hyperloop One, Shervin Pishevar, que acredita que até lá, o Hyperloop já deverá estar operando em algum lugar do mundo.

Já existem testes físicos em trilhos, embora sejam poucos ao redor do mundo. Aqui no Brasil, a novidade é a criação do centro de pesquisas para viabilizar a construção do projeto lá fora.

Para entender melhor a novidade, conversamos com Mario Andrada, jornalista e Relações Públicas que nos conta detalhes sobre o projeto:

Como se sabe a HTT veio para trazer inovação ao segmento logístico no Brasil. Por que Contagem foi o local escolhido para o centro de estudos do protótipo?

Em Contagem será montado um centro de inovação, pesquisa e desenvolvimento. Ali vamos reunir jovens, acadêmicos e empreendedores para desenvolver tecnologia e aprimorar os detalhes que já estão sendo testados.

A tecnologia básica que movimenta a cápsula dentro dos tubos já é conhecida, sustentação magnética, movimentação pelo vácuo criado dentro da estrutura tubular e outros elementos básicos do projeto já são técnicas usadas em vários outros projetos.

O centro de Contagem vai trabalhar para que estas tecnologias possam ser empregadas com máxima eficiência e menor custo. Ao mesmo tempo, vamos pesquisar por lá novas tecnologias para que o transporte de alta eficiência siga progredindo.

Contagem entrou no mapa da Hyperloop graças a um esforço enorme da prefeitura e também da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Além de ser um hub atual de logística, Contagem também está se transformando em um hub de tecnologia do transportes, por isso estamos lá.

Você pode nos detalhar como é esse centro de pesquisas e como ele foi idealizado? Quais os principais desafios que a empresa teve na incorporação do projeto?

O centro de inovação em Contagem não foge aos padrões normais deste tipo de instituição. Vamos reunir jovens, cientistas, engenheiros, startups e especialistas para trabalhar no mesmo espaço, trocando informações e ideias inovadoras em conjunto. Queremos gerar energia produtiva com um centro de pesquisas de proposta ampla e inclusiva.

Os desafios do nosso projeto de logística podem ser sintetizados em três conceitos: Eficiência, Experiência do cliente e sustentabilidade.

Temos que adaptar a tecnologia global da Hyperloop ao ambiente econômico e técnico aqui do Brasil. Esse é o grande desafio: Fazer funcionar um sistema de transporte de alta eficiência, tratando muito bem os nossos clientes, cuidando da sustentabilidade com muito carinho.

Existe algum projeto de haver outros centros de pesquisa como este não só em Minas Gerais, mas também em outros estados?

Por enquanto não. O centro de pesquisas que estamos construindo em Contagem é o primeiro que montamos no mundo. Ele será o nosso centro global de pesquisa e desenvolvimento. Esse é o plano.

Quais devem ser as principais finalidades do Hyperloop (cargas e trajeto) e o que ele traz de benefício em termos de custo de transporte, armazenagem, gestão de estoque, segurança e tecnologia?

A primeira vantagem é a eficiência: Nossas cápsulas vão viajar muito mais rápido e transportar muito mais carga do que que qualquer sistema.

Com velocidade possível de até 1.220 km/h podemos levar carga e passageiros do Rio de Janeiro para São Paulo em menos de 30 minutos. As distâncias vão ficar curtíssimas.

A experiência do cliente, seja ele passageiro ou operador de carga, também é revolucionária. Eles vão embarcar em um trem como se estivessem embarcado de primeira classe em um vôo internacional.

Finalmente, e talvez o mais importante, é a questão de sustentabilidade. Cobrindo os tubos e as estações de embarque com células fotovoltaicas, poderemos gerar muito mais energia do que consumimos e assim, vendendo essa energia excedente, teremos o custo de transporte reduzido para nossos clientes.

Gostou do projeto da Hyperloop?

Ele estará no Logistics Management Forum, realizado pela Blueprintt nos dias 17 e 18 de outubro.

O congresso mostrará casos práticos de empresas que estão otimizando custos e melhorando seu nível de serviço logístico a partir da eficiência operacional e inovação em tecnologia e soluções. Participe.

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