Apesar das mudanças de conceito no planejamento, os pilares que mantêm uma empresa em pé continuam os mesmos, pessoas, processos e tecnologia. A diferença está em como potencializar esses processos diante desse novo cenário.
Prevenir e eliminar falhas na manutenção industrial sempre esteve em pauta principalmente no setor de manutenção industrial, mas como lidar com o desafio de sair de um modelo tradicional para um pensamento ágil e flexível a fim de minimizar os riscos e ao mesmo tempo promover a confiabilidade?
Para tirar essa e outras dúvidas, a Blueprintt promoveu um painel dentro do evento de Imersão em Manutenção Industrial com o tema “Gerencie os ativos com qualidade e garanta disponibilidade segura e confiável no parque fabril”.
Quem moderou o debate foi Paulo Incerpi, Especialista de Confiabilidade para a América do Sul da Ingredion Incorporated, com participações de Renan Valadão Lima, Supervisor de Manutenção da Tetra Pak, Alexander Francisco, Gerente de Manutenção e Wharley Silva, Gerente de Melhoria Contínua da Tower International.
Foram diversos assuntos debatidos no painel acerca do tema, compartilhamento de jornadas de desafios. Os principais temas da palestra:
- Como estabelecer ambientes de melhoria contínua com foco em confiabilidade;
- Treinamentos e capacitação técnica como alternativa frente a falhas humanas;
- Mapeamento das necessidades para identificar e diferenciar custos e investimentos em tecnologias;
- Confiança e assertividade para alcance de quebra zero.
Paulo abre o painel mencionando o conceito do RCM (Reliability-centered maintenance), em português, manutenção centrada em confiabilidade.
“Com base nisso, a gente tem centenas de milhares de livros que tocam no assunto de confiabilidade e eu prefiro ouvir e aprender com a prática. Acho que a gente economiza tempo”, diz.
O caminho do básico na perspectiva de prevenir e eliminar falhas na manutenção industrial
Para Renan, o RCM é uma metodologia avançada com o objetivo principal de manter em funcionamento todo um sistema e evitar custos ao evitar falhas que podem ser prevenidas e aproveita para gerar uma reflexão sobre os processos de revisão de máquinas.
“A gente fala do RCM que é uma das ferramentas mais avançadas, mas quando a gente fala em classificação ABC, a gente vê que o nível ideal da coisa é quando você consegue envolver todo mundo”, pondera o Supervisor de Manutenção da Tetra Pak sobre a visão macro do envolvimento nos processos.
O ponto focal para Renan é como as empresas fazem para não tem conflitos com os stakeholders se eles não estão envolvidos na priorização desde o começo, levando a outra questão, pois ao não abranger eles desde o início, como o gestor consegue promover uma política de manutenção para implementar que seja maioria entre todos.
Pensando em eliminar falhas na manutenção industrial, esse pensamento faz todo o sentido. O gerenciamento de pessoas é fundamental na implementação de algo novo que mexe na estrutura da rotina, se não bem administrada, pode ser mais uma dor de cabeça que uma solução.
A administração do tempo também foi tema do painel, partindo da premissa que o acúmulo de funções e tarefas é um dos desafios, os palestrantes compartilharam seus pensamentos e opiniões sobre o assunto.
“Uma coisa que é fato, é que o tempo reduz, o recurso diminui, a pressão por desenvolver novas tecnologias e reduzir a força de trabalho ela não deixa a gente em momento nenhum”, completa Renan.
Já para Wharley, a questão da previsibilidade é fundamental.
“Para gente cada vez mais ganhar previsibilidade, antecipar cada vez mais falhas com todas as ferramentas discutidas por todos os grupos. (…) Todo mundo está querendo antecipar os problemas e atacá-los antes que aconteçam”, comenta o Gerente de Melhoria Contínua da Tower.
Não há como avançar nos processo dentro de um ambiente instável, pausar uma produção de fábrica e deslocar a equipe para um fórum. O ideal é mapear através das atividades básicas dentro do processo a fim diminuir o número de quebra e trazer isso para um nível de normalidade.
Ferramentas como Kaizen é fundamental para diminuir esse volume de quebra e prevenir e eliminar falhas na manutenção industrial.
Alexander Francisco comenta que já passou por cenários distintos, em uma das empresas que trabalho, o Gerente de Manutenção tinha tudo em mãos e disponível, já em outro local, a experiência não foi a mesma.
“Nessa fundição eu tinha vários equipamentos críticos, então o que eu criei diante dessa condição, foi justamente uma tropa de elite. Eu segreguei uma turma para meus equipamentos A e apagar a ‘fogueira’ e uma outra turma ia fazer as atividades da rotina e a outra ficou pensando nas melhorias”, explica.
Essa divisão é uma solução positiva, ainda mais se o gestor tiver a visão de rodar as equipes com o objetivo de todos adquirir experiências e compartilhar ideias e não gerar descontentamento entre as pessoas.