Relação‌ ‌público‌ ‌x‌ ‌privado‌ ‌na‌ ‌era‌ ‌da‌ ‌super‌ ‌transparência‌

relação‌ ‌público‌ ‌x‌ ‌privado

Após diversas questões ligadas à Lava Jato, os profissionais de Relações Governamentais precisaram enfrentar o desafio de melhorar a imagem diante da opinião pública. Uma nova relação entre as esferas público e privada precisa ser estabelecida e deve ser pautada na ética, compliance e transparência.

Diante disso, tivemos na última edição do Programa Executivo de Imersão em Relações Governamentais um painel de debates focado em elucidar os principais pontos inerentes à relação público x privado e a busca por compliance e ética para legitimar a profissão de Relações Governamentais.

Tivemos como participantes deste painel o Marcio Denys Pessanha Gonçalves, Diretor de Prevenção à Corrupção da Secretaria de Transparência e Prevenção à Corrupção da CGU – Controladoria-Geral da União; Diogo Brunacci, Diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da Oracle; Daniel Mendonça, Government Affairs & Public Policy Director da GE; e Eunice Tomaidis de Lima, Diretora de Comunicação e Relações Governamentais da Novelis.

Continue a leitura e veja as principais reflexões levantadas pelos especialistas!

A regulamentação da profissão e a relação público x privado

É notável o surgimento de cursos profissionalizantes na área de RIG nos últimos anos e isso é algo que não existia no passado, hoje as pessoas podem procurar um curso de graduação em uma Universidade e se formar em Relações Governamentais. Esse fator, sem dúvidas, ajuda a moldar a relação entre o público e o privado.

Além disso, o termo “lobby” ganhou um sinônimo negativo no Brasil, algo ligado à corrupção quando na verdade o lobista existe para defender de uma forma legítima o interesse de alguma parte, o que não pode é fazer isso fora dos padrões éticos.

A atividade de RelGov já é regulamentada em 17 países e cada um deles teve sua forma específica de realizar esse processo. A atividade sendo regulamentada aumenta, consideravelmente, a transparência dos trabalhos que já vêm sendo feitos. Muito já foi trilhado, mas o caminho ainda é longo e existem vários projetos tramitando com o intuito de regulamentar a profissão.

Alinhamento entre as boas práticas de Compliance e Relgov

Códigos de conduta são feitos para serem cumpridos, mas o que percebemos na prática é que boa parte dos resultados da empresa eram atingidos sem levar em conta essas normas. A Oracle, por exemplo, prefere perder contratos a seguir por caminhos escusos e isso passa a segurança de que a empresa não vai sofrer danos de reputação e os funcionários são os guardiões dessa boa imagem.
Esse alinhamento entre as áreas está diretamente ligado à conduta da empresa e da alta liderança, não tem como a área de compliance seguir as normas e a de Relações Governamentais não seguir, ou a empresa é ética e atua dentro desta premissa ou ela só finge ser.

Não existe conflito, a área de Relgov pode e deve atuar em conjunto com o compliance, pois isso deve ser um valor da empresa que vem de cima.

Normalmente os programas de compliance são implementados obedecendo 3 C´s:

  • Constrangimento: a empresa passou por alguma dificuldade de imagem/corrupção;
  • Conveniência: é obrigada a implantar por algum motivo específico;
  • Convicção: quando acreditam que esse é o caminho certo a ser seguido.

Visão da CGU sobre o processo de engajamento entre as esferas

O governo vem observando ao longo dos anos os procedimentos de boas práticas, é preciso se atentar às 3 esferas: empresas, governo e academia. No que diz respeito às empresas, tiveram interações com diversas entidades e identificaram que já existem boas práticas no mercado, inclusive tiveram acesso à uma iniciativa entre a ABRIG – Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais e ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas para criar um manual de boas práticas submetido à CGU.

O que está mais em voga é o Projeto de Lei 1202/2007 que consta em regime de urgência no Congresso Nacional desde dezembro de 2017 e o governo tem sido buscado pelas entidades de RIG para entender o seu posicionamento frente a isso.

Tiveram a oportunidade de dialogar com vários integrantes da academia, dentro e fora do país, que mostraram uma diversidade de iniciativas interessantes no fomento às boas práticas.

A CGU está lançando um sistema informatizado único onde todos poderão consultar viagens feitas, hospitalidades, todas as audiências (interações entre agente público e privado). Concluíram que, por mais que se regulamente e crie códigos de boas práticas, não se pode abrir mão da transparência e estão focados em fomentar a transparência para toda a sociedade com esse sistema chamado e-agendas.

Próximos passos no caminho da transparência na relação público x privado

O principal ponto, sem dúvidas, é avançar com a regulamentação da profissão. O foco total tanto do governo quanto das empresas está voltado para essa pauta, pois trará mais transparência para a atividade.

Confiança e transparência são fundamentais em qualquer relacionamento, mais ainda quando diz respeito a uma relação entre as esferas pública e privada. O principal norte da profissão de Relações Governamentais deve ser o diálogo, pois com ele é possível resolver muitas questões de forma relativamente simples.

Gostou do artigo? Se você quer conhecer as melhores práticas da área, não deixe de participar da 2ª turma do Programa Executivo de Imersão em Relações Governamentais. Acesse o site e conheça a programação.

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