Ainda são muitas as barreiras para LGBTI no mercado de trabalho.
Salvo quem vem de famílias de classes sociais mais elevadas, a grande maioria da comunidade LGBTI não teve as mesmas oportunidades de acesso e de manutenção em estabelecimentos de ensino formal.
Muito por causa de bullying e discriminação, ficando à margem, em casa e na sociedade.
E quando começam a buscar trabalho encontram o preconceito.
O mercado de trabalho reflete a sociedade e recebe essas pessoas em desvantagem competitiva.
E é sobre o papel da área de Recursos Humanos na inclusão do grupo LGBTI é que vou falar hoje nesse artigo.
Dados da discriminação
O Dia do Orgulho LGBTI é 28 de junho.
A data marca um episódio ocorrido em Nova York, em 1969, quando frequentadores do bar Stonewall Inn reagiram a uma série de batidas policiais que eram realizadas ali com frequência.
O local sempre recebi gays, lésbicas e transexuais,
O levante contra a perseguição da polícia durou mais duas noites.
No ano seguinte, resultou na organização da 1° parada do orgulho LGBTI, realizada no dia 1° de julho de 1970.
Mas a perseguição, a discriminação e as violências contra pessoas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero, real ou percebida, não acabaram.
No relatório Making love a crime, a Anistia Internacional mostra que em 38 países da África, a homossexualidade é criminalizada por lei e ao longo da última década houve diversas tentativas de tornar essas leis ainda mais severas.
Dados da Pesquisa Stonewall também mostram dados desanimadores: por exemplo, em 72 países é ilegal fazer sexo com alguém do mesmo sexo, o que é punido pela morte, em oito.
O Brasil, não fica atrás: somos o país que mais mata LGBTI no mundo: um a cada 25 horas.
O balanço da Secretaria da Segurança Pública indica que as delegacias de São Paulo registraram, em média, um crime de intolerância a cada 69 minutos, em 2016.
Foram pelo menos 7.587 crimes de ódio; 3.216 (42,4%) de intolerância racial, homofobia (15,5%), intolerância de origem (12,7%) e religiosa (6,3%).
Como fazer inclusão na sua empresa
A recepção dessas pessoas nas empresas deve estar condicionada ao estilo de gestão adotado.
Portanto, deve ser ditado pela alta direção e enraizado por meio do RH por toda a estrutura, principalmente a liderança.
Um bom exemplo é a Gol, que “abraça a individualidade de cada colaborador”.
Lá temos o caso de Nicole Alonso, a primeira comissária de bordo trans do Brasil.
Ela teve apoio da empresa para o início da sua transição, contando com a aceitação dos demais colaboradores.
Há outros impulsores alavancando a valorização e a promoção do talento LGBTI nas empresas.
A referência vem da Grã-Bretanha ao adotar, há anos, o Workplace Equality Index – Pesquisa Stonewall, maior ferramenta de benchmark para as práticas empresariais adotadas para o grupo LGBTI.
Algumas empresas classificadas como Stonewall Top Global Employers em 2017 foram:
- Accenture;
- Barclays;
- BP;
- HSBC;
- Thomson Reuters;
- Vodafone;
- Baker McKenzie.
Profissionais de RH também devem ser de respeito humano.
Façamos nossa parte respeitando a maneira de ser de cada indivíduo para que ele tenha orgulho de ser o que é.
Aliás, já escrevi neste blog que estudos mostram a importância da diversidade nas organizações.
A diversidade inclusiva que coloca as oportunidades de trabalho e carreira para todos, entendendo o potencial de cada indivíduo, sem preconceitos.
Qual a sua opinião sobre o assunto?
Aguardo o seu comentário.