A governança na priorização de projetos é a forma que as companhias encontraram para estruturar e elevar seu portfólio, porém essa prática exige um nível alto de harmonia entre os envolvidos desde a identificação dos projetos estratégicos, passando pelas ferramentas que otimizam a gestão até a forma de como se relacionar com stakeholders.
Priorização de projetos nada mais é que a seleção pela qual as iniciativas são identificadas e analisadas a fim de criar uma lista de quais projetos são mais relevantes na empresa. Esse processo se dá através dos critérios estabelecidos e disseminados na organização.
A gestão do tempo é um elemento fundamental da governança na priorização de projetos. É importante para não sobrecarregar algum setor específico, além disso, a gestão baseada na coerência deixa mais nítido quais são os objetivos e os principais desafios de cada área.
“Dentro do PMO corporativo a gente tem uma estrutura com representantes locais. Eles respondem diretamente para área, onde toda governança, procedimento, regras e identificador é da minha responsabilidade. Eu faço a gestão de todo o portfólio”, afirma José Roberto Paim Neto, Líder de Excelência Empresarial do Grupo CPFL Energia.
José Neto foi convidado pela Blueprintt a participar do evento Imersão em PMO. O tema da palestra foi: aplique a governança na priorização de projetos e garanta uma gestão de portfólio alinhada com as estratégias da empresa.
O Gestor compartilhou como foi o processo de governança na priorização de projetos em uma empresa com enormes desafios.
Como funciona a governança na priorização de projetos?
De acordo com José, na CPFL a gestão de projetos se baseia numa estratégia empresarial onde é discutido todas as avaliações de mercado, olhar para cenários futuros, tendências e etc. Após esse passo é desenhada a estratégia da empresa já estabelecido qual o objetivo de cada diretoria que vão compor a estratégia principal.
Outras iniciativas também fazem parte do processo:
- Plano de ação;
- Respeite o planejamento;
- Defina quais são as prioridades;
- Seja organizado;
- Identifique as atividades improdutivas.
“A nossa área de governança corporativa de projeto garante a maturidade de cada projeto. E quando ele entra no pipeline, a gente avalia desde o começo qual é a melhor forma de gerenciar ou executar esse projeto. É na maneira mais tradicional, no conceito cascata ou não, será de uma maneira mais ágil?”, reflete José Neto sobre a característica do projeto.
Como podemos notar, é importante o gestor estar preparado para todos os tipos de demanda e saber como executá-la da melhor forma. Dentro dessa forma de gestão com o pipeline como protagonista, é possível gerir os processos de RPA ou automatização por inteligência artificial.
Algumas metodologias são utilizadas com base na Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) para aportar a governança de projetos segundo José
Mas como definir qual metodologia será utilizada? Uma ferramenta muito frequente para auxiliar na tomada de decisão é a Stacey Matrix, onde é dividido em quatro partes: simples, complicado, complexo e caótico.
Para cada parte a ferramenta indica qual metodologia se encaixa melhor.
Simples: metodologia tradicional.
Complicado: metodologia ágil.
Complexo: metodologia scrum.
Caótico: metodologia design thinking.
Cada método atende a sua expectativa, dessa forma a organização no gerenciamento fica mais claro. Dependendo do cenário é possível mesclar as metodologias, quem irá ditar isso é justamente o nível de cada projeto.
Há um certo receio com metodologias tradicionais, mas em certos casos ela é indicada para tocar o plano.
“Não tem a melhor metodologia para todo tipo de projeto. Isso depende do projeto, depende da característica, eu acho que esse é um balizador (Stacey Matrix) para quem está precisando priorizar projetos”, diz o Líder de Excelência Empresarial.
De fato, acontece muito esse movimento de descartar modelos e métodos mais tradicionais, quando na verdade o importante é saber quando e onde utilizar. Avalie o contexto do projeto, reconheça os requisitos e conheça a tecnologia, se a necessidade for simples, o tradicional é o mais indicado.
A criação de um comitê de projetos para analisar todas as solicitações e cenários macroeconômico e de mercado, regulatório e competitivo com o objetivo de desenvolver o planejamento estratégico é crucial.
Nesse comitê, a separação de funções entre estratégico, tático e operacional ajuda a definir responsabilidade e tarefas. Direcionando para cada VP que compõe a comissão.
“A cultura devora a estratégia no café da manhã”. Frase de Peter Drucker que José Neto utilizou para finalizar sua apresentação. Pois de nada adianta definir um monte de método, estratégia e regras sendo que a cultura não é seguida e exista uma desconexão entre as pessoas.