Quais tecnologias podem ser utilizadas na gestão de expatriados

gestão de expatriados

A gestão de expatriados é muito mais do que lidar com dezenas de papeladas, é um desafio da equipe de Recursos Humanos (RH) fazer com que o funcionário estrangeiro se sinta em casa.

Só em 2017 o Ministério do Trabalho concedeu mais de 25 mil autorizações para que estrangeiros trabalhassem no Brasil e a Receita Federal emitiu (entre 2013 e 2017), mais de 21 mil pedidos de saída definitiva do país (entre saída para trabalho e estudo).

Entre as dificuldades dos expatriados, estão: acostumar-se com a cultura, adaptar-se ao clima, se encaixar ao bairro, não perder laços com o home country, familiarizar-se com as pessoas da própria empresa, entre outros.

Com todo este boom tecnológico dos últimos anos, é fácil encontrar várias esferas do mercado de trabalho que tenham encontrado dificuldade em utilizar os preciosos benefícios hi tech, sem perder o lado humanizado da relação entre pessoas nas empresas.

Para equipes de RH então, o problema pode ser ainda maior, afinal, é uma área especializada em acolhimento humano em meio a processos burocráticos, tentando fazer as pazes e dar um lar à tecnologia.

Por isso, a equipe de Recursos Humanos da aliança Renault-Nissan, sob coordenação de Saint-Clair Simas Pinheiro, embarcou em grandes mudanças para fazer com que a parceria, tecnologia e sensibilidade humana, fosse uma nova forma de receber e acompanhar os expatriados.

Saint-Clair dividiu sua experiência com o público da última edição do Congresso Mobilidade Global e Expatriados, realizado pela Blueprintt.

Veja as principais lições da gestão de expatriados na multinacional a seguir.

A reinvenção da gestão de expatriados da aliança Renault-Nissan

“O primeiro de todos os passos é entender que as culturas são diferentes. Não adianta aplicar tecnologias se não se entende e absorve isso”, inicia o coordenador de RH da multinacional automobilística.

Ele lembra o quão ineficiente pode ser a ferramenta mais disruptiva que você conheça se não há empatia por parte da empresa com a nova vida que aquela ou aquele expatriado levará.

E, com o primeiro exemplo de avanço na gestão de expatriados dado pela equipe de Saint-Clair, também podemos ver que usar a tecnologia a seu favor não precisa ser necessariamente através da última novidade vinda do Vale do Silício. Que, neste caso, concluiu-se apenas em digitalizar planilhas de uso compartilhado.

Assim, todos que precisavam trabalhar com elas, tinham acesso a todos os dados expatriados em qualquer lugar a qualquer hora do dia, hábito não muito comum em processos de Recursos Humanos.

Outro pequeno passo de grande impacto dado pelo time, foi começar a enviar cartões de aniversários aos expatriados, tanto para o seu próprio aniversário, quanto para lembrá-lo os de membros de sua família, criando, assim, cada vez mais vínculo em colaborador, empresa e país.

Ótimas iniciativas, segundo a visão de Saint-Clair, mas ainda era nítido que faltava mais, que ainda era possível tornar a estadia destes colaboradores mais orgânica, integrada e acolhedora.

E esta “sementinha” foi plantada por um comentário de um VP expatriado que se deparou com um cenário político intenso que estava acontecendo no Brasil em 2014.

Como não conseguiu entender muito bem a situação, sugeriu ao RH que fizesse um apanhado mensal das principais notícias do país e da região aonde haviam expatriados para que pudessem situar-se. E assim foi feito.

“Toda esta questão gira em torno da palavra suporte, a qual confundem muito com um papel de babá, e com a banalização deste amparo, gera a falta de empatia”, frisa o líder do time, que hoje já conseguiu aplicar o conceito deste jornal mensal que segue online para o seu público alvo já em nível Latam.
 

 

Criatividade, tecnologia e gestão da informação em conjunto

Através do maior controle e compartilhamento de informação na gestão de expatriados, o RH da Renault-Nissan também conseguiu começar a analisar dados e números para ajustar deslizes.

Algumas características contempladas foram gênero e raça dos colaboradores que vieram ou saíram do país para vagas, sexualidade (quando aberta à empresa), custo logístico da transição deste colaborador, quais setores tem mais e/ou menos expatriados e assim por diante.

Algo também precisava ser feito quanto ao repasse de informações burocráticas trabalhistas do país, que passou a integrar um kit de boas-vindas, que segue em um pen drive, inclusive com dados sobre hospitais, indicações de médicos, escolas, entre outros.

E, mesmo com 97% dos expatriados dizendo sentirem-se acolhidos pela empresa com as ações já feitas, o RH acreditava que era preciso unir mais tecnologia com o objetivo de tornar ainda melhor este acolhimento.

Foi quando nasceu o projeto “Bem-vindo ao Novo Mundo”.

Com total apoio do líder geral de RH da empresa, que é um expatriado mexicano, o projeto resume-se em um vídeo criado para rodar em um card board, em primeira pessoa (após a apresentação inicial) relatando algumas informações importantes para se saber sobre o Brasil.

O título do vídeo é “passando um tempo no Brasil”. Ele tem a duração de quatro minutos e convida quem assiste a vivenciar algumas situações típicas do nosso país.

Entre elas, que chamam-se estrangeiros de “gringo”, que o famoso “vai demorar só uns 15 minutinhos” pode se transformar em 1 hora, que papéis para assinatura de gerentes podem chegar invadindo uma reunião, como nos cumprimentamos e demonstramos afeto.

Somente após este vídeo é que o expatriado vai ter qualquer contato com outros conteúdos mais densos ou burocráticos, o que tem auxiliado muito no entendimento de cada um deles.

E, vale lembrar, não existe problema em pedir ajuda. Contar com uma empresa especializada no assunto pode trazer muitos ganhos.

No caso da Renault-Nissan, eles puderam otimizar ainda mais os recursos das planilhas, gerando dashboards, relatórios e, inclusive, futuras possibilidades do colaborador ter, como se fosse, um Whatsapp e um Facebook (neste caso, um Expatzap), com todas as informações fixas e dinâmicas que o funcionário precisa saber.

Agora, o próximo desafio desta equipe, segundo Saint-Clair, é internalizar este sistema com todas as ideias que querem aplicar. A ideia ainda não tem prazo definido, mas já está em pauta.

Gostou do case da Renault-Nissan sobre gestão de expatriados?

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