Como fazer a contratação de fornecedores em mobilidade global

fornecedores em mobilidade global

Você que trabalha no RH de uma multinacional já pensou em terceirizar seus processos de expatriação? Sim, esse trabalho exige um conhecimento tão específico que, muitas vezes, precisa-se recorrer aos fornecedores em mobilidade global.

Isso porque essa atividade envolve não só a mudança da vida de um colaboradores de um país, como também todo um cuidado com legislação que pode acabar escorregando pelos dedos de um funcionário interno, principalmente quando ele ainda executa outras rotinas diárias.

É preciso ter pleno conhecimento sobre relações diplomáticas, leis e documentações internacionais. Também não se pode deixar de lado a sensibilidade humana, já que este processo envolve a vida não só do profissional, como da sua família.

“São muitos os benefícios da terceirização, porém, o principal deles é poder dar espaço para que os profissionais das áreas-fim consigam realmente dar atenção às suas entregas”, explica Vanessa Pizzutti, Global Mobility na Graded School.

A empresa esteve presente na última edição do Congresso Mobilidade Global e Expatriados (MGE), realizado em 2018 pela Blueprintt na cidade de São Paulo, para contar como mantém a relação de parcerias com fornecedores em mobilidade global.

Confira, a seguir, algumas dicas que também podem ser usadas na sua empresa.

Quando ter fornecedores em mobilidade global

Em 2017, ano em que a nova lei sobre ampla terceirização estava nas mãos do então presidente do Brasil, Michel Temer, para aprovação, já existiam no País cerca de 12 milhões de trabalhadores atuando neste mercado.

As áreas de atuação de profissionais terceirizados é extensa, principalmente em atividades “meio”, que são aquelas não relacionadas ao principal core business da empresa, que geralmente são limpeza, segurança, logística, portaria, zeladoria, entre outras.

Há também as terceirizações de atividades de apoio às áreas que exercem atividades-fim, como nos ramos contábil, jurídico ou até de Recursos Humanos.

Vanessa frisa que, antes de dar qualquer passo rumo à terceirização, é imprescindível que se conheça profundamente as áreas de atuação e limitações hierárquicas da empresa.

Sendo assim, o primeiro passo é responder algumas perguntas, como:

  • Minha empresa é local ou global?
  • Como a hierarquia é estabelecida?
  • O acesso à alta diretoria é fácil e direto?

Sabendo disso, já se pode começar a desenhar qual vai ser o fluxo de comunicação entre o serviço destes fornecedores de mobilidade global, a área-fim envolvida e os C-levels, já que expatriações exigem agilidade em tomadas de decisão.

“Por vezes, pode acontecer de uma sede contratar um fornecedor para fazer o trabalho naquele país e querer disponibilizar o serviço para filiais em outros países, então eles ‘quarteirizam’ o serviço”, conta Vanessa.

“Ao mesmo tempo, não permitem que os RHs dos outros países entrem em contato com o fornecedor principal, o que pode causar ruídos. Explique à sua matriz o quanto é importante a sua participação nos processos e contatos, não tente fazer nada por fora”, conclui.

Escolhendo o parceiro ideal para seu negócio

Então, agora vem um próximo grande passo: a escolha dos fornecedores em mobilidade global. E, segundo a especialista da Graded School, é indispensável:

  • Assegurar a qualidade e a agilidade do contratado. É preciso verificar se a empresa tem reconhecimentos, business case e selos de qualidade, entre outras comprovações;
  • Preferir fornecedores que sempre buscam o melhor custo benefício nos processos. Sua empresa sempre vai querer saber quanto isso levará de seus cofres a, pelos menos, um médio prazo e um molde de imigração pode mudar de uma hora para outra – o fornecedor tem que estar sempre pronto para resolver;
  • Manter contato com o mercado para trocar experiências. É fundamental continuar sempre pesquisando preços;
  • Deixar os critérios de serviço sempre bem claros ao contratado. Por exemplo, 80% dos vistos são aprovados em menos de 30 dias, sendo aceito que apenas 1% dos vistos entrem em exigência por falta de documentação, entre outros;
  • Encontrar uma maneira de medir os níveis do serviço para garantir que tudo está sendo bem feito;
  • Dividir todos os procedimentos internos com os fornecedores. Porém, cuidado as informações sigilosas.

Pegando o gancho desta última dica, Vanessa também lembra a importância da transparência e confiança entre o contratante e a empresa contratada.

“Em algum momento, a empresa terceirizada será questionada por algum órgão sobre informações da empresa contratante e, quanto mais ela souber dos preceitos e regras que a rege, terão menos chance de falar o que não devem”, ressalta Pizutti.

Agora vem uma dica que pode parecer estranha para muitos: treine seus fornecedores em mobilidade global.

Muitos podem pensar “ué, mas se eu o contratei, ele deve aprender o trabalho proposto”. Mas sabemos que, na prática, o resultado pode escorregar dos dedos, principalmente quando quem presta o serviço não está 100% alinhado com a empresa.

Por isso, leve em consideração separar um cantinho de aprendizado para que, antes de colocar a mão na massa em qualquer projeto, o fornecedor tenha acesso e vivência sobre todas as informações que vão guiar o seu trabalho, evitando, assim, grandes frustrações, principalmente dos expatriados.

Comunicação e parceria com os fornecedores

E, já que estamos falando sobre abrir informação entre as partes, comuniquem-se! E-mails, telefonemas, reuniões semanais de briefing, acompanhamento de resultados e dissipação de dúvidas, tudo é válido.

Mas, vale lembrar que, toda ferramenta que funciona à uma maior distância tem mais facilidade de gerar ruídos. Por isso, dê muita importância às reuniões presenciais com os fornecedores em mobilidade global.

Vanessa lembra que o real sentimento de parceria tem que ser trabalhado para não deixar de existir. Para ilustrar, a especialista conta um exemplo que a deixou pensar que não havia mais saída e que, com uma boa relação de parceria, teve resolução.

“Já passamos por um caso de um expatriado que estava dando aula na China e, ao terminar todo o seu processo e vir para o Brasil, ele teria apenas uma semana até o início das aulas, ou seja, não haveria tempo de pesquisar e visitar casas e nem dele ficar em um local temporário”, começa a história.

“Então, quando eu recorri ao fornecedor com um grande ponto de interrogação na testa, nós sentamos e desenvolvemos, junto com um outro parceiro técnico, uma ferramenta de vídeo que possibilitaria que aquele expatriado passasse um briefing com as particularidades que ele gostaria que a casa e região de moradia tivessem e escolhesse sua casa virtualmente”, continua.

Segundo ela, o projeto ficou tão bom que foi mantido e funcionou para baixar os índices de desistência nas locações.

Bom, agora acho que ficou um pouco mais claro entender como a parceria entre um fornecedor e uma empresa devem ter para cumprir serviços de mobilidade global.

Porém, mesmo que esta área de apoio ou fim não seja a sua, lembre-se, as dicas também são muito valiosas para quaisquer casos de terceirização.

Compartilhe conosco a sua experiência com fornecedores em mobilidade global.

Também convido você a participar da próxima edição do Congresso Mobilidade Global e Expatriados, que acontecerá nos dias 13 e 14 de fevereiro em São Paulo.

O objetivo do evento promovido pela Blueprintt é simplificar a transferência de conhecimento internacional, desenvolver os profissionais e obter resultados financeiros concretos

Saiba mais sobre o Congresso Mobilidade Global e Expatriados e participe!

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