Educação a distância: como tornar treinamentos mais humanizados?

Treinamentos humanizados

Com o distanciamento social imposto pelo coronavírus, as aulas presenciais foram suspensas e o ensino a distância acabou se tornando a alternativa viável para que o aprendizado continuasse. E isso não aconteceu apenas no âmbito acadêmico, as empresas também tiveram que se adaptar para continuar capacitando seus colaboradores.

Entretanto, de acordo com dados revelados pela pesquisa Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus no Brasil, realizada pelo Instituto Península, 83% dos professores se sentem nada ou pouco preparados para o ensino a distância.

Por conta disso e também por diversas questões de infraestrutura e tecnologia, transferir os conteúdos dos cursos presenciais para a modalidade EAD tem sido um dos maiores desafios para os profissionais da área.

Para falar sobre estratégias de transposição de conteúdos para o formato de educação a distância e as formas de humanizar este modelo, tivemos a participação da Joanna Vignoli, Coordenadora de Projetos Educacionais do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP, na última edição do Programa Executivo de Imersão em E-learning.

Continue a leitura e conheça as estratégias!

Contextualização

A Unibp é uma universidade que atende exclusivamente o setor de Óleo e Gás e, diferentemente do RH das empresas que levam em consideração as competências do seu negócio, eles precisam considerar as necessidades e as exigências do setor que é muito amplo.

O EAD sempre foi um sonho, porém, era postergado pela Universidade por não terem uma estrutura e investimentos específicos para tocar o projeto. Em 2017 tinham apenas um curso autoinstrucional que foi construído nesse formato para ganhar escala em cima do produto.

Mas, ao longo do tempo, ficou claro que esse formato não atenderia bem o perfil dos alunos. Então, em 2019, começaram a reformular a educação a distância e em 2020, antes da pandemia, já tinham quatro cursos EAD, mas em um configuração que mesclava autoinstrucional, videoaula e transmissão ao vivo.

Quando a pandemia começou tiveram que acelerar o projeto e se depararam com alguns desafios: equipe com pouca afinidade junto ao tema; AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem desatualizado; ausência de uma cultura digital; 98% do portfólio baseado na modalidade presencial; e o tempo para realizar toda essa reestruturação.

Como humanizar a educação a distância?

Para humanizar a educação a distância não existe outro caminho que não seja se conectar com as pessoas e mapear a experiência delas durante toda a jornada de aprendizado.

E todo esse processo começou na identificação das personas da Unibp e na sequência começaram a pensar em formas de humanizar a relação com os professores, mapeados como persona principal.

A partir disso elaboraram uma trilha para treinar os professores, jornada composta por quatro etapas que visavam auxiliar os instrutores neste virada de chave:

Desenvolvimento metodológico: primeira etapa que consiste em um material que explica toda a metodologia da universidade;
Apresentação das ferramentas online: treinamento com a equipe para apresentação do Ambiente Virtual de Aprendizagem e ferramenta de videoconferência;
Transposição pedagógica do conteúdo: reunião pedagógica para converter os cursos em e-learning;
Testes das ferramentas: uma semana antes da aula acontecer o professor faz um teste de aula e de todos os recursos necessários para ela ocorrer.

E para ajudar a realizar todas estas ações, tendo em vista o tamanho da equipe, pensaram e desenvolveram o “Programa de Mediadores” feito com os estudantes dos cursos de graduação ou pós-graduação de cursos correlatos aos temas oferecidos pela universidade.

Esse grupo participa dos cursos do início ao fim e dão o devido suporte aos professores, ao mesmo tempo em que ganham a certificação no assunto que acompanhou. É uma forma de proporcionar o conhecimento e em contrapartida eles ajudam a Unibp no desenvolvimento dos cursos.

Experiência do EAD

Para atender melhor os clientes é preciso primeiro dar condições adequadas de trabalho aos colaboradores e inseri-los completamente em todas as etapas do processo. Mas a construção de novas relações é uma decisão top down que precisa estar em sinergia com o negócio.

Além disso, mudanças e aperfeiçoamentos foram realizados para melhorar a experiência dos alunos, como:

– Upgrade da plataforma: estrutura, atividades e acompanhamento;
– Orientações: diretrizes educacionais, manual de ferramentas e suporte via whatsapp;
– Aula inaugural: mostrar as pessoas que estão por trás da experiência;
– Sala de estudo: criação de comunidade com fóruns de discussões.

Pontos a serem considerados na humanização do ensino

• O primeiro estímulo no EAD é o visual, portanto, ter um AVA clean e priorizar uma primeira tela acolhedora e sem muitos recursos que possam sobrecarregar o aluno visualmente é fundamental;

• Utilize uma linguagem que te aproxime do aluno. Além disso, é uma boa prática é ter um vídeo de boas-vindas gravado por alguém que tenha relação com o curso ou com a instituição;

• Fomente a realização de atividades em grupo durante as aulas ao vivo e online;

• Promova encontros ou disponibilize espaços para construção de comunidades de troca;

• Tenha empatia quando for desenvolver a solução educacional e, em caso de dúvida, foque na experiência do estudante.

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