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Segundo o estudo “Demografia das Empresas”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em outubro de 2017, mais de 60% das empresas fecham suas portas após 5 anos de vida.
Um dos maiores problemas destas dissipações é a falta de capital.
De acordo com a pesquisa, das 456,4 mil companhias ouvidas e que fecharam entre 2010 e 2015, 31,3% não tinha funcionários assalariados e 67,1% tinham 10 ou mais pessoas recebendo um valor mensal fixo pelo seu trabalho.
Ou seja, a falta de verba para investir em pessoas engajadas e qualificadas ocupa o pódio das falências após os primeiros 5 anos das empresas.
Porém, mesmo com números tão alarmantes, a taxa de organizações sobreviventes cresceu de uma pesquisa para outra, partindo de 84,1% para 84,4%.
Sabemos que, junto ao crescimento de uma empresa, também vem a responsabilidade de gerenciar, fiscalizar e entregar grandes projetos, desafio que, geralmente, é tocado de maneira central pelas áreas de Processos, Qualidade, TI, Projetos e Compliance.
A maré que leva muitas empresas à fecharem suas portas é forte, muitas vão por falta de investimento. Outras passam dos 5 primeiros anos, mas o fracasso em grandes projetos traz grandes danos de imagem e lucratividade.
Por isso, vale se inspirar nos cases de sucesso para que este mal não assole a sua empresa. O de hoje vem do Head de Processos, Projetos e Qualidade da Allianz Seguros, Freddy Stenzel.
Ele mostrou no Congresso Nacional de Excelência em Projetos (CONEP), realizado pela Blueprintt, como a união de algumas áreas e organização de alguns processos tem feito a filial brasileira da empresa melhorar as suas entregas.
É muito comum ainda encontrar nas empresas a vontade de chegar à um modelo perfeito e permanecer nele. Mas, para o Stenzel, a alma do sucesso, inclusive na área de processos, é a transformação sempre.
Esta premissa aplica-se ainda mais quando estamos falando de uma instituição que tem mais de 100 anos de mercado, ultrapassa os 140 mil colaboradores e está presente em 70 países, como no caso da Allianz Seguros.
Porém, para acontecer mudanças, é necessário existir bases que supram testes e erros até que o objetivo seja alcançado.
Por isso, a Allianz tem um centro de tecnologia, que realiza inúmeros crash tests durante o ano e que deu base à primeira área de controle de projetos e processos da empresa no Brasil, que se chamava OPEX.
“O nosso desafio não é mudar pequenos processos, mas sim a experiência do cliente como um todo” relembra Freddy, contratado pela companhia para implantar o OPEX no Brasil.
O objetivo da área de processos, naquela época, era disseminar a cultura da empresa através da educação organizacional e otimizar processos para melhorias contínuas.
Mas, como Freddy já nos lembrou por aqui, mudar sempre é a chave para bons resultados. Por isso, depois de um ano de OPEX, ele resolveu agregar a equipe os times de TI, Qualidade e Projetos.
Assim, foi iniciada, em 2009, a área Organização, que em seu primeiro ano tinha como objetivo o aumento da eficiência da empresa como um todo.
Um dos primeiros passos do time foi implantar o projeto Advance, que utilizava uma ferramenta internacional da empresa, mas que, infelizmente, os deixou em uma “saia justa”, tendo que focar os dois anos seguintes em apenas corrigir erros e apagar incêndios.
Em 2015, a tão esperada estabilidade veio e foi criada então a ARCM (Allianz Retail Costumer Model) e que perdura até hoje. Ela é formada por 16 colaboradores, sendo três o número de líderes.
Para começar, o time é dividido por especialidades, como, por exemplo, sinistros, automóvel e saúde, entre outros. Daí então, quando um projeto chega a equipe, ele passa por alguns processos.
Há uma equipe que identifica se aquela demanda solicitada realmente faz sentido e em como a sua viabilidade impactará a empresa e os clientes.
Para ajudar na análise, o owner do projeto também entrega um Business Case, especificando números e justificativas de embasamento para aquele pedido.
Caso ela seja negada, todo o diagnóstico é informado ao solicitante e o pedido é encerrado. Se aceito, então é chegada a hora de identificar o tamanho deste trabalho.
Define-se então a quantidade de horas que serão dedicadas pela equipe de TI para aquele projeto, conseguindo assim também organizar quais serão atendidos a curto ou longo prazo.
Se o time de tecnologia tiver que dedicar menos de 120 horas de trabalho, ele é encaixado como sprint (curto prazo) e se ultrapassar este limite de tempo, então é considerado um projeto (longo prazo).
Vale lembrar que há também outra parte da equipe responsável por esmiuçar a ideia da proposta para a TI entendê-la de uma maneira mais técnica e palpável.
Resumindo, após a chegada de um projeto, ele passa pelo:
Todos os projetos são acompanhados semanalmente, assim como seus indicadores de tempo. Quando fogem do previsto, ganham planos de ação para adequá-los ou contê-los.
Para isso, uma reunião semanal também é realizada, pensando na viabilização deste input.
“Uma vez tínhamos a meta de alcançar o envio de 20% das apólices de maneira digital, mas só 16% estavam sendo cumpridos”, conta Stenzel.
A empresa definiu quatro ações para reverter esse quadro:
Entre os desafios, Stenzel menciona a busca incessante pelas pessoas certas para compor o time, não só as mais qualificadas, mas a mais engajadas também.
Assim, é preciso agilizar o processo de treinamento destas pessoas o mais rápido possível, para não perder o timing dos projetos e zelar pelo papel de guardiões do modelo de negócio.
Isso inclui também a responsabilidade de serem os responsáveis pela análise e estrutura ideal de cada equipe dentro da empresa.
“A área torna-se o principal gateway para garantir que a estratégia de fato aconteça”, encerra Stenzel.
Gostou do case da Allianz Seguros? Então fique de olho em nossas redes sociais, pois em breve lançaremos o Programa Executivo de Imersão em Inovação de Processos para te ajudar a continuar se desenvolvendo e a trocar experiências com outros profissionais da área.
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